O prefeito de Apucarana, Rodolfo Mota (União Brasil), está no centro de uma polêmica após, no dia seguinte à sua posse, em 2 de janeiro de 2025, revogar todas as funções gratificadas dos servidores municipais por meio de decreto. Segundo Mota, apenas as funções previstas na Lei Municipal nº 80/2002, vinculadas à Autarquia Municipal de Educação (AME), foram mantidas. Porém, na prática, não é o que vem acontecendo. Mesmo sem a publicação de um novo decreto, alguns servidores seguem recebendo gratificações.

Justificativa do Prefeito
Mota alegou que, entre os mais de 3 mil servidores municipais, havia centenas de funções gratificadas, o que, segundo ele, era excessivo. “Ainda não é exatamente um corte de gastos, mas sim uma reorganização administrativa”, explicou o prefeito, afirmando que cada caso seria analisado individualmente.

Discrepâncias e críticas
No entanto, mesmo sem a publicação de um novo decreto, alguns servidores continuam recebendo gratificações. Um exemplo citado é o de um assistente administrativo, que recebeu o salário base acrescido de:

  • 10% de adicional por tempo de serviço
  • 20% de gratificação de secretaria,
  • Outros chegam a receber até 60% a mais em função gratificada.

Dois pesos e duas medidas

Enquanto centenas de servidores municipais, que recebem pouco mais de um salário mínimo, tiveram suas funções gratificadas cortadas e agora enfrentam dificuldades financeiras, outros seguem recebendo os mesmos benefícios. A discrepância gerou indignação entre os trabalhadores, que se manifestaram em grupos de servidores e denunciaram a situação ao Portal 38 News, enviando holerites que comprovam os pagamentos, mesmo sem um novo decreto que autorize tais benefícios, contrariando a decisão anterior de revogação.

Apesar de estar à frente da administração municipal há pouco mais de um mês, o prefeito Rodolfo Mota já enfrenta fortes críticas de diversos setores da administração e da população — algo incomum para um período tão curto de gestão. As críticas refletem “acordões” políticos, tentativas de fechamento de escolas e a implementação do Novo Modelo de Atendimento da Saúde. Esse modelo extinguiu as filas, mas resultou no fechamento de postos de saúde durante a noite e nos finais de semana, além de restringir o atendimento nas UBS, onde a população não é atendida de imediato, sendo obrigada a agendar consultas para outros dias.

Também há constantes reclamações sobre a falta de médicos, medicamentos, exames, consultas e cirurgias. Além disso, a gestão tem sido questionada por priorizar eventos festivos, gastando mais de R$ 2 milhões, enquanto a saúde pública e outras áreas essenciais de Apucarana seguem sem soluções efetivas.

Diante desse cenário, fica o questionamento: pode isso, prefeito Rodolfo Mota?

Veja cópia de apenas um dos holerites:

Siga-nos nas redes sociais:

Compartilhe: