Promessa de gestão “enxuta e eficiente” contrasta com a realidade de nomeações políticas, abandono de serviços essenciais e insatisfação crescente da população.
Em apenas 149 dias à frente da Prefeitura de Apucarana, o prefeito Rodolfo Mota já nomeou 142 cargos comissionados. A prática, que contraria seu discurso de campanha de enxugar a máquina pública, levanta suspeitas de um possível “acordão político”, já que entre os nomeados estão integrantes da chapa adversária, ex-integrantes da antiga gestão e aliados de vereadores da base.
No dia (27/5), uma nova nomeação foi publicada, com efeitos a partir de 15 de maio de 2025. O cargo atribuído foi o de Assessor do Superintendente de Obras, vinculado à Secretaria de Saúde (símbolo CC-04).
Desde a publicação da reportagem que expôs as contratações em série, a gestão Rodolfo Mota reduziu ou paralisou as nomeações — ou ao menos deixou de publicá-las oficialmente, estratégia que será conferida com a divulgação da próximas folha de pagamento.
Colapso na Saúde Pública: Fila, Superlotação e Hospital Fechado
A população enfrenta um cenário caótico na saúde pública. Entre as principais queixas estão:
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Superlotação na UPA com filas e longas esperas;
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Falta de medicamentos e serviços básicos;
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UBS fechadas à noite e nos finais de semana;
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Triagens realizadas sem atendimento médico;
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Hospital Municipal fechado, mesmo após R$ 26 milhões investidos;
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Ausência de esclarecimentos sobre licitação da terceirização hospitalar.
Enquanto a população clama por atendimento, a Prefeitura se mantém em silêncio sobre as prioridades e o destino dos recursos públicos.
Publicidade Milionária em Meio à Crise
Apesar da crise, a gestão planeja gastar R$ 3,2 milhões com publicidade institucional — valor considerado exagerado frente à carência de recursos na saúde e educação. A verba destinada à propaganda gera críticas por priorizar imagem ao invés de soluções concretas.
Educação Esquecida e Crianças com TEA e TDAH Abandonadas
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Faltam materiais didáticos e parte dos uniformes prometidos;
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Merenda escolar de baixa qualidade;
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Tentativas de fechamento de escolas e prédios sucateados;
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Mais de 760 alunos com TEA e TDAH continuam sem professores auxiliares;
Apesar de participar de atos públicos pela inclusão, o prefeito ignora as necessidades reais dessas crianças.
“Salário Mínimo Municipal”: Ilusão para os Servidores
Anunciado como avanço, o salário mínimo municipal de R$ 2.100 é, na verdade, um abono. O vencimento base permanece inalterado, o que causou revolta entre servidores municipais, que se sentiram enganados pela propaganda oficial.
Nomeações Suspeitas e Falta de Renovação
Além do número elevado de cargos comissionados, chama atenção o perfil dos nomeados: ex-adversários, familiares, apadrinhados e pessoas de fora da cidade. Enquanto isso, apoiadores da campanha relatam abandono e promessas não cumpridas.
Crescimento de Moradores de Rua Reflete Falência da Assistência Social
O aumento do número de moradores de rua, muitos em situação de dependência química, evidencia a falência das políticas de assistência e saúde pública.
Dívida Bilionária e Transparência em Xeque
A cidade acumula uma dívida bilionária, sem plano público de reestruturação. Ao mesmo tempo, a folha de pagamento dos comissionados cresce, comprometendo ainda mais o orçamento municipal.
Falta de Acesso ao Prefeito
O prefeito evita contato com a população e utiliza uma entrada lateral no gabinete — apelidada de “Batcaverna” — que prometera desativar.
Censura à Imprensa
Integrantes da gestão tentam judicializar críticas e intimidar o Portal 38 News, prática inédita na cidade e vista como autoritária, num atentado à liberdade de imprensa.
Pão e Circo: R$ 2 Milhões em Festividades
Enquanto faltam medicamentos e professores, a Prefeitura destinou quase R$ 2 milhões para festas de aniversário da cidade. Apenas com shows, foram R$ 1,2 milhão, e outros R$ 492 mil para estrutura e segurança — em contraste com a precariedade dos serviços essenciais.
Omissão no Transporte Urbano e Suposto Favorecimento à Concessionária
Das 700 estruturas contratadas para o transporte urbano, estima-se que ainda faltem mais de 570. A Gestão do Prefeito Rodolfo Mota não fiscaliza o contrato da concessionária, levantando suspeitas de favorecimento. Enquanto isso, a população sofre com pontos de ônibus sem cobertura e ônibus lotados.
Conclusão: A População Exige Respostas
A insatisfação com a gestão de Rodolfo Mota é crescente. O discurso de renovação contrasta com práticas antigas, nomeações políticas e ausência de soluções efetivas. Com apenas cinco meses de mandato, a gestão já enfrenta um desgaste acelerado.
Por que o prefeito não realiza uma auditoria pública sobre a gestão anterior?
Por que não responde às denúncias de irregularidades?
Por que tanto investimento em festas e publicidade, enquanto a população sofre?
A cidade quer respostas — e quer agora.