Um cadáver foi encontrado nesta quinta-feira (29) em um terreno baldio localizado na Rua Dr. Oswaldo Cruz, na área central de Apucarana. O caso mobilizou equipes da Polícia Militar (PM) e da Polícia Civil, que investiga o caso como homicídio.
O delegado adjunto da 17ª Subdivisão Policial de Apucarana, Dr. André Garcia, falou sobre o achado e os primeiros levantamentos da investigação.
Dr. André Garcia explicou:
“Recebemos uma comunicação da Polícia Militar, nos informando sobre o achado de um cadáver na Rua Dr. Oswaldo Cruz, região central. O nosso pessoal do setor de homicídios foi até o local e, em contato com os policiais militares que ali estavam, encontraram um cadáver masculino, de mais ou menos entre 30 e 40 anos de idade, com diversas tatuagens pelo corpo — tatuagens de palhaço, cartas de baralho, enfim, muitas tatuagens mesmo.
Esse cadáver estava com os pés amarrados, envolto em lençóis velhos. Esses lençóis estavam com manchas de sangue. Perto do cadáver havia um carrinho de mão, uma carriola utilizada por pedreiros. A gente acredita que esse corpo foi levado ali utilizando-se desse carrinho de pedreiro.
Aparentemente, duas lesões importantes foram verificadas: uma na região do tórax e um ferimento com característica de uma lesão contusa, ou seja, um ferimento também na região do crânio. Pode ser que se trate de um disparo de arma de fogo. Não temos a certeza — só com o exame de necropsia — mas tudo indica que estamos diante de mais uma execução.
Acreditamos que esse crime não tenha ocorrido ali. Pelo exame de local de morte, não há indicativos de que o crime tenha ocorrido naquele local. Pelo estado do cadáver, também acreditamos que tenha ocorrido há cerca de três ou quatro dias. O cadáver já se encontrava em um estágio de decomposição, já estava inchado, enfim, começando a exalar os gases decorrentes da putrefação. Então, trabalhamos com essa perspectiva: que tratou-se de um homicídio, que esse homicídio ocorreu há três ou quatro dias, muito provavelmente durante a madrugada e, muito provavelmente também, utilizando-se de arma de fogo.”
O delegado também respondeu sobre a possibilidade do crime ter ocorrido nas proximidades:
“Sua pergunta é muito interessante. Por que o carrinho de mão, a carriola? Porque, se fosse um veículo, o veículo teria ido até o local — e não havia vestígios de marca de pneu ali naquele local. Então, a gente descarta a utilização de um veículo para a desova do corpo. Acreditamos que ele foi levado ali com essa carriola. Não há nenhuma construção, nenhuma obra muito perto do local, então acreditamos nessa situação.
Como a gente dizia, nós afastamos, mas não eliminamos, a hipótese de que tenha sido usado um veículo. Automaticamente, acreditamos que o crime aconteceu ali nas proximidades.
E, em que pese ser a área central, nós sabemos que, especialmente durante as madrugadas, a área central de Apucarana é bastante povoada por usuários de crack. E, naquele local especialmente, temos uma grande incidência de usuários de crack ali naquela região.
Enfim, tudo isso é objeto de investigação. Pedimos a ajuda da população: se alguém tiver alguma informação sobre isso — notadamente aquelas pessoas que moram, que têm comércio ali na região, que porventura tenham câmeras de segurança — se puderem analisar essas imagens e, se encontrarem alguma coisa, entrar em contato conosco.
Vou deixar também isso bem frisado, bem salientado, para que as pessoas, por favor, não caiam em golpe, como nós temos verificado nos últimos homicídios. Criminosos identificam onde foi o delito — muitas vezes, criminosos de dentro da cadeia — e passam a entrar em contato com pessoas, moradores do local, dizendo que, de alguma forma, tomaram conhecimento, que essas pessoas foram vistas conversando com a polícia, e que essas pessoas sofreriam algum tipo de retaliação caso não pagassem determinada quantia.
Lamentavelmente, algumas pessoas foram vítimas desse golpe nos últimos dias aqui em Apucarana. Aproveito — vocês estão aqui para falar sobre o homicídio, mas é um assunto correlato — não caiam nesse golpe.
Se alguém entrar em contato, exigindo… por mais grave que seja a ameaça, procurem a delegacia de polícia. Essas ameaças nunca se concretizam. Nunca se concretizou uma ameaça desse tipo aqui em Apucarana, porque não se trata de uma ameaça verdadeira, factível, mas é um golpe. Um golpe.
Então, se alguém tiver alguma informação sobre esse homicídio, que nos procure, entre em contato com o nosso WhatsApp, (43) 3420-6700 mas que não caia em golpe. Fale somente com a polícia.”
O caso segue sob investigação da Polícia Civil.