A Câmara de Vereadores de Apucarana realizou, na noite desta segunda-feira (24), uma sessão itinerante na sede da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (ACIA), onde foram discutidos os projetos enviados pelo Executivo e aprovados nas sessões extraordinárias realizadas durante a tarde: o aumento da alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS) para 152 categorias profissionais e a extinção de diversos cargos da estrutura administrativa do município. As propostas geraram intenso debate entre os parlamentares.
O vereador Lucas Leugi, representante da oposição, posicionou-se firmemente contra ambas as medidas. Em sua fala, agradeceu à imprensa local pela imparcialidade e pela abertura dada ao seu mandato, reforçando que sua atuação segue pautada na defesa da população e na transparência.
Aumento do ISS para mais de 150 categorias
Segundo Leugi, o projeto aprovado representa um aumento direto no valor do ISS, impactando profissionais e empresas de áreas como especialidades médicas, psicologia, nutrição, advocacia, contabilidade, engenharia civil, arquitetura, construção civil, salões de beleza, estética, estacionamentos, empresas de segurança, transportadoras e vários outros setores.
“Votei contrário, óbvio. São 152 serviços que tiveram o ISS aumentado. Não é reajuste, é aumento. Reajuste é inflacionário, e não foi o caso. Isso vai custar caro para quem utiliza esses serviços”, afirmou o vereador.
Ele destacou ainda que, para ele, aumentar impostos não é o caminho para equilibrar as contas do município, citando exemplos de gestões anteriores que buscaram recursos externos e entregaram obras e investimentos significativos.
“O caminho não é chicotear as pessoas. O caminho é buscar maneiras de investir, como fizeram outros gestores no passado, que traziam recursos de Brasília e realizaram grandes obras.”
Leugi também chamou atenção para a inclusão de serviços terceirizados, que passam a ser tributados em 5%, atingindo setores como eventos, cinema e shows. O vereador considerou “estranha” a celeridade com que a proposta foi tratada.
“Isso chegou ao sistema por volta das 11h e foi votado no final da tarde. São mais de 40 páginas de aumento de imposto. Causa estranheza, inclusive porque quem sempre foi contra projetos enviados de última hora, de maneira abrupta, foi o próprio prefeito quando era vereador.”
Extinção de cargos da administração
Além do aumento do ISS, Lucas Leugi também votou contra o projeto que extingue cargos da administração pública. Ele criticou a medida e lembrou que há uma licitação de R$ 43 milhões para terceirizações em andamento — procedimento que já recebeu uma recomendação do Ministério Público.
“Votei contra a extinção dos cargos porque não vejo esse como o caminho. Estão extinguindo o cargo de maestro da banda municipal, vigia, auxiliar de serviços gerais, atendente, auxiliares administrativos, agentes de saúde. Deixo aqui minha homenagem ao maestro João Florindo. É lamentável.”
Votação concluída e posicionamentos mantidos
O vereador reforçou que respeita o posicionamento dos demais parlamentares, mas mantém sua independência e coerência em relação aos temas debatidos.
“É uma pena, porque isso se tornará lei. Respeito o posicionamento dos colegas, mas não sou obrigado a pensar igual.”
Apesar das críticas, os projetos foram aprovados pela maioria dos vereadores presentes na sessão extraordinária.