Na última segunda-feira (23), um veículo plotado com propaganda do candidato apoiado pelo prefeito Júnior da Femac foi novamente flagrado no estacionamento do gabinete do chefe do Executivo municipal de Apucarana. O episódio levanta novas suspeitas de que o prefeito estaria utilizando a estrutura pública para promover sua candidatura preferida, o que pode configurar uma violação das regras eleitorais. O novo flagrante, divulgado hoje, também mostra o chefe do Executivo municipal constrangendo e entregando santinhos para servidores municipais quando chegavam ao trabalho.

Além desse incidente, observadores locais destacam um aumento expressivo nos eventos promovidos pela administração municipal, muitos dos quais com patrocínio público. Tanto o prefeito quanto seu candidato têm marcado presença constante nesses eventos, levantando questionamentos sobre o uso da máquina pública para fins eleitorais. Como denunciado ontem pelo Portal 38 News, o evento “Circo”, parte do calendário municipal da educação, foi antecipado para a véspera das eleições, quando originalmente ocorreria em dezembro, conforme o calendário escolar.

Uso Político e Assédio a Servidores

Outro episódio que chamou atenção foi uma reunião na Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (ACEA), onde a maioria dos presentes eram servidores comissionados, sugerindo um possível uso político dessas estruturas. Há também relatos de assédio a pais de alunos na Autarquia Municipal de Educação, pressionando-os a votar no candidato apoiado pelo prefeito, assim como em vereadores do mesmo grupo político.

Ação do Ministério Público

Em 13 de setembro, o Ministério Público Eleitoral da 28ª Zona Eleitoral de Apucarana, por meio do promotor Gustavo Marcel Fernandes Marinho, ingressou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o prefeito Júnior da Femac e os candidatos de sua chapa. A ação acusa o prefeito de abuso de poder político, alegando que ele utilizou seu cargo para favorecer diretamente seus candidatos.

O Ministério Público pede a inelegibilidade dos envolvidos por oito anos, além da cassação de seus mandatos, caso sejam eleitos. A denúncia aponta que essas práticas desequilibram o processo eleitoral, prejudicando a igualdade entre os candidatos.

Uso Indevido de Recursos Públicos

O uso de recursos públicos em campanhas eleitorais não só representa uma violação das normas eleitorais, mas também questiona a transparência da administração. Essa prática confere uma vantagem injusta a um candidato e desvia recursos públicos que deveriam ser destinados a projetos de interesse da população.

Moradores de Apucarana já demonstram descontentamento com a administração, especialmente em áreas como saúde pública e a precariedade dos serviços essenciais, como o SAMU. Muitos alegam que, enquanto recursos são destinados a eventos políticos, áreas cruciais, como saúde e infraestrutura, continuam desassistidas. A atual administração conta com mais de 300 servidores comissionados, muitos dos quais estariam diretamente envolvidos na campanha do candidato apoiado pelo prefeito, evidenciando uma mistura de interesses políticos com o uso da máquina pública.

O Que Está em Jogo?

Com as eleições se aproximando, o desfecho dessa investigação poderá determinar o futuro político de Júnior da Femac e seus aliados, além de influenciar a confiança dos eleitores no processo eleitoral local. Se as acusações forem confirmadas, as penalidades poderão abalar profundamente as estruturas políticas de Apucarana, com graves repercussões na gestão pública.

Nos próximos dias, o avanço das investigações será crucial para esclarecer os fatos e fornecer respostas à população de Apucarana, que aguarda por maior transparência e responsabilidade na administração pública.

Ontem, o prefeito Junior da Femac esteve na sede da Autarquia Municipal de Educação e estacionou seu veículo plotado do outro lado da rua. A reportagem chegou a pensar que ele havia aprendido o que pode e o que não pode ser feito durante o período eleitoral. No entanto, hoje ele já foi flagrado entregando santinhos na única porta de entrada da prefeitura, constrangendo os servidores, que reclamaram da abordagem do prefeito.

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