Em Apucarana, duas técnicas de enfermagem formalizaram uma denúncia contra o prefeito Toledo de Cambira, alegando perseguição política. De acordo com as profissionais, que agora buscam justiça através do Ministério Público de Apucarana, o tratamento que vêm recebendo inclui ações que, segundo elas, configuram retaliação por questões políticas.
Primeira Denunciante: Transporte Negado e Mudança de Local de Trabalho
Uma das técnicas, que atua como funcionária pública em Cambira há 10 anos, compartilhou detalhes da situação que afirma estar enfrentando. Em seu depoimento, ela relata dificuldades quanto ao transporte para o seu filho autista, de sete anos, que necessita de tratamento em Apucarana:
“Eu sou funcionária pública há 10 anos lá em Cambira, né, e eles começaram a agir com perseguição, negando transporte para o meu filho. Ele é autista, e faço tratamento dele aqui em Apucarana. Enquanto eles fornecem transporte para outros pacientes, eu fiquei em Apucarana das 11 horas da manhã até às 2 horas da tarde. Quando cheguei em Cambira, meu filho estava com febre de 39,3°C. Recentemente, fui transferida de município, mesmo o prefeito sabendo que a casa da minha mãe é próxima de onde eu trabalhava. Essa mudança impactou na rotina e pode prejudicar o tratamento dele. Fiquei apenas dois dias apenas, porque ameaçei vir no Ministério Público por perseguição.”
Além disso, a denunciante afirma que perdeu uma gratificação que ajudava a custear o tratamento particular para o filho, devido às limitações do SUS:
“Na segunda-feira, já recebi essa notícia da perda da gratificação, que eu usava para pagar o tratamento do meu filho, algo que o SUS não cobre. Gasto R$ 205 por sessão apenas para a terapia dele. Quero melhorias para a saúde em Cambira, mas parece que não podemos opinar, porque se falamos algo, vem represália. Quero que a situação melhore e que haja justiça.” “Então se a situação não está boa vamos mudar que está no poder”.
Segunda Denunciante: Redução de Salário e Ambiente de Trabalho Hostil
A segunda técnica também relatou episódios que, segundo ela, demonstram perseguição política e discriminação dentro do ambiente de trabalho. Ela descreve que foi acusada injustamente de fazer política no local de trabalho:
“Eu me senti perseguida pelo secretário e principalmente do prefeito, que disseram que eu estava fazendo política no posto de saúde, mas não estava. Me transferiram para Cambira e, em menos de duas semanas, cortaram a gratificação que eu recebia há quase 20 anos que trabalho na saúde. Com isso, meu salário, que já é baixo – apenas R$ 1.560,00 de base – foi reduzido. Esse benefício ajudava a nivelar meu salário com o das demais profissionais.”
Ela enfatizou que o corte foi seletivo, atingindo apenas ela e a colega, o que reforça seu sentimento de perseguição política:
“Tem gente lá que recebe 80%, 60%, 50% de aumento, mas só tiraram da gente. Isso é perseguição, e estávamos sendo massacradas a gente está sendo humilhada ali no posto de saúde. Quando falávamos em denunciar, diziam que não ia dar em nada. Estou aqui para dizer que espero que a justiça seja feita, e que finalmente alguém investigue a situação. Não estamos pedindo nada além de justiça.”
Investigação e Desdobramentos
As técnicas agora aguardam que as denúncias sejam analisadas, e esperam que o caso tenha o devido andamento e seja investigado e se constatado que seja feita a justiça. Ambas ressaltaram que o ambiente de trabalho tornou-se insustentável e apelam para que providências sejam tomadas.