Imagem por: Jonatam Battista/Canal 38

Na tarde desta sexta-feira (1º de agosto), o Auditório Araucárias, na sede da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, foi local de um evento técnico que reuniu lideranças estaduais e municipais para tratar de um tema estratégico: a qualidade da água para consumo humano e o saneamento básico em áreas rurais.

O encontro contou com a presença do secretário de Estado da Saúde do Paraná, Dr. Beto Preto, além de secretários municipais de saúde, técnicos da Vigilância Sanitária, representantes da Atenção Primária à Saúde, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB), do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), secretarias municipais de Agricultura e Meio Ambiente, entre outros órgãos.

A abertura foi conduzida pelo diretor da 16ª Regional, Lucas Leugi, e pelo próprio secretário Beto Preto. O evento também trouxe palestras técnicas com foco na qualidade da água, soluções tecnológicas e certificações sanitárias, como o SIM e o SUSAF.

O objetivo principal foi integrar diferentes setores públicos para debater estratégias que garantam proteção de nascentes, melhoria da água consumida pela população rural e implementação de ações de saneamento que resultem em melhor qualidade de vida no campo.

Cristovon Videira Ripol, chefe do núcleo regional da SEAB, destacou a gravidade da migração rural e a necessidade de políticas públicas que assegurem condições dignas no campo:

“Com certeza, nós estamos aqui falando hoje de um programa que nós estamos intitulando de Saúde no Campo. Mais Saúde no Campo, é uma integração de duas secretarias importantes do Estado, a da Saúde e a da Agricultura. Da Agricultura também com as suas vinculadas, no caso o IDR Paraná, a Adapar e também a SEAB.

O que tem nos preocupado e o que nos levou a chegar nesse momento aqui hoje, e a gente vai permanecer desdobrando, encaminhando projetos e recursos para o campo, é a questão dos estudos do Ipardes. Então, quem tem acompanhado, e nós da SEAB temos acompanhado desde 2017, é uma migração muito intensa da população das pequenas cidades para as cidades polo, e especialmente do campo para as cidades polo.

O IPARDES lá em 2017, em um dos estudos, mostrava que a tendência até 2040, os municípios menores aqui do norte do estado, especialmente no Vale do Ivaí, perderiam 35% da população. E isso está acontecendo com mais intensidade no campo.

Um estudo recente do Ipardes divulgado em junho revelou que poderemos perder nos 28 municípios do Vale do Ivaí cerca de 50% da população rural – de 41 mil para 16 mil habitantes. Isso se não houver políticas públicas assertivas para segurar a população no campo.

Os principais fatores que têm tirado as pessoas do campo são a questão de renda e a escassez de água. Vamos trabalhar com o SUSAF, para dar certificação a produtos de origem animal e gerar renda às famílias rurais. Além disso, precisamos preservar nossas nascentes e implantar saneamento rural, para garantir a qualidade da água. Vamos trabalhar três temas fundamentais: alimentos, água e saneamento, visando qualidade de vida e permanência das famílias no campo.”

Lucas Leugi, diretor da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, destacou a importância do projeto como um marco para a saúde pública rural:

“Um projeto inovador que iniciou-se pela 16ª Regional de Saúde, uma semente para que a gente possa levar esse modelo para todo o estado do Paraná.

Gostaria de agradecer a parceria com os outros órgãos do estado: IDR, ADAPAR, SEAB. É algo inovador, que trata de saneamento na zona rural, de melhor qualidade de vida em relação à água e aos alimentos. Hoje damos o primeiro passo.

Agradeço a todas as parcerias e ao nosso secretário de Estado da Saúde, Dr. Beto Preto, que nos deu toda a autonomia e nos empoderou para desenvolver esses projetos e abrir algo novo na regional.

Esse é um trabalho que desenvolvemos desde o início da nossa gestão. Neste 1º de agosto lançamos o programa Mais Saúde no Campo.

O idealizador deste projeto foi o médico veterinário Dr. André Romagnoli, que trouxe a ideia. Levei ao Beto, depois aos demais órgãos.

Hoje começa a iniciativa do projeto. Em seguida, esse colegiado intersetorial, que envolve diversos setores da administração pública, apresentará propostas, conversará com os municípios e formalizará ações na zona rural. Lá na ponta, vamos desenvolver vários projetos para melhorar a qualidade de vida de quem mora no campo.”

André Romagnoli, médico veterinário e idealizador do projeto, enfatizou o impacto direto na saúde pública rural:

“É um momento importante. Estamos na 16ª Regional de Saúde, que compreende 17 municípios. Até municípios de outras regiões estão participando deste momento.

Vamos falar de um tema crucial: qualidade da água no meio rural. Aqui na nossa região são quase 24 mil habitantes vivendo no campo. No Paraná, mais de 1 milhão de pessoas, ou 11% da população, vivem em áreas rurais.

A questão da água é fundamental para a saúde. Também vamos tratar do saneamento rural, tema que tem avançado nas cidades, mas ainda precisa ser fortalecido no campo. Estamos propondo esse debate aos gestores, com apoio do secretário Beto Preto, do Lucas Leugi e das equipes das secretarias de Agricultura, Saúde e Meio Ambiente.

Com todos esses apoios, queremos fazer um grande projeto regional.

Quando se fala em água de qualidade e saneamento, os produtores aceitam bem a ideia. Claro que cada município vai conduzir de acordo com sua realidade, mas estamos lançando a proposta para que essa estratégia seja construída de forma coletiva.”

Beto Preto, secretário de Estado da Saúde do Paraná, defendeu a urgência de proteger os recursos hídricos e avançar no saneamento rural:

“Nós temos que cuidar das nossas nascentes, cuidar da água. O futuro que se aproxima é um futuro em que teremos que conservar a água e continuar fazendo a nossa agroindústria crescer.

O Paraná é hoje o estado mais sustentável do Brasil, sob o comando do governador Ratinho Júnior. Por isso, é fundamental discutir saneamento rural de forma efetiva.

Agradeço ao IDR, à Regional de Saúde e a todos que estão começando esse movimento. Vamos levar essa discussão a todas as regionais de saúde e levar os benefícios que ainda faltam para muitas localidades.

No Vale do Ivaí temos avançado bastante. Temos nascentes importantes, rios que precisam ser preservados para garantir abastecimento às cidades.

É um trabalho de muitas mãos. Agradeço também à presença da Sanepar.

Os municípios terão papel importante, fazendo seus diagnósticos, buscando mais informações, atuando tanto no saneamento urbano quanto no rural.

Há muitas situações ainda na zona rural que precisam ser vencidas. Hoje começamos essa discussão.

É a primeira vez que esse trabalho é realizado com essa abordagem, envolvendo prefeitos, municípios e lideranças locais. Queremos atendê-los com muito respeito.”

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