Na manhã desta quinta-feira (6/6), a Receita Federal e a Polícia Federal (PF) deflagraram a Operação Anemia, visando desarticular uma organização criminosa responsável pela importação ilegal de grandes quantidades de mercadorias estrangeiras sem seguir os devidos procedimentos legais. A operação ocorreu em diversas cidades, incluindo Apucarana, na região da Praça do Redondo e Jardim América, onde houve apreensão de mercadorias de origem estrangeira.

A Operação Anemia também se estendeu na Londrina e em outros estados, resultando no cumprimento de 53 mandados de busca e apreensão e 7 de prisão preventiva. A organização criminosa atuava em conjunto com uma rede de colaboradores, incluindo agentes públicos ativos e inativos.

O grupo criminoso internalizava produtos de forma ilícita a partir do Paraguai, atendendo posteriormente clientes nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás e no Distrito Federal. Nessas localidades, os produtos eram vendidos em grandes comércios populares e lojas de eletrônicos, sem pagamento de impostos.

As investigações revelaram indícios de lavagem de dinheiro e identificaram contas bancárias relacionadas aos investigados, as quais recebiam valores de pessoas com antecedentes criminais em contrabando, descaminho e lavagem de dinheiro. Com o desenvolvimento das atividades, o grupo passou a adquirir produtos diretamente de fornecedores nos Estados Unidos, China e Hong Kong, utilizando as cidades paraguaias como entrepostos físicos das mercadorias, recebidas via serviços de courier internacional.

Para operacionalizar os pagamentos aos fornecedores internacionais, a organização criminosa estruturou uma complexa rede de empresas nacionais e no exterior (offshore), utilizando criptomoedas para efetivar a evasão de divisas e a lavagem do dinheiro. Apenas em uma das empresas, constituída em nome de uma funcionária, foram movimentados aproximadamente R$ 700 milhões sem o correspondente faturamento declarado.

A organização também utilizava empresas de fachada, sem capacidade operacional aparente e com fluxos contábeis simulados. Essas empresas registravam receitas fictícias, sem amparo em documentos de vendas ou serviços, para dar lastro à distribuição de lucros aos sócios e dissimular a origem ilícita dos recursos.

A operação contou com a participação de aproximadamente 220 policiais federais e 34 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal. Ao todo, foram cumpridos 53 mandados de busca e apreensão e 7 de prisão preventiva em cidades dos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.

As ordens judiciais, expedidas pela 9ª Vara Federal de Curitiba, preveem o sequestro, bloqueio e apreensão de bens imóveis, veículos, dinheiro em espécie, obras de arte, joias, criptoativos e outros itens de luxo ou de alto valor encontrados.

Entenda o Caso

A Operação Anemia é uma ação significativa no combate ao contrabando e à lavagem de dinheiro no Brasil, demonstrando a determinação da Receita Federal e da Polícia Federal em enfrentar atividades ilícitas que prejudicam a economia e violam a lei. A desarticulação desta organização criminosa é um passo importante para garantir a justiça fiscal e a integridade do comércio no país.

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