A decisão de encerrar o atendimento noturno nas unidades de saúde acirra a insatisfação da população e põe em xeque as promessas de melhoria no sistema de saúde, enquanto falta investimento para a saúde, mas há recursos para realizar festas – uma verdadeira ‘Política do Pão e Circo’.
A partir desta sexta-feira (24), a Unidade Básica de Saúde (UBS) Bolívar Pavão, localizada no Jardim América, encerrará seu horário estendido de funcionamento, fechando as portas às 17h. A unidade também deixará de atender durante a noite, aos sábados, domingos e feriados. A decisão, determinada pelo prefeito Rodolfo Mota, redirecionará toda a demanda da UBS para a já sobrecarregada Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Apucarana.
Impacto nas Demais Unidades de Saúde
Além da UBS Bolívar Pavão, o posto de saúde Maria do Café, no Jardim Ponta Grossa, também deixará de operar no período noturno. Essas unidades desempenhavam um papel essencial em atender casos emergenciais e demandas frequentes, como o plantão de dengue, desafogando a UPA. Agora, sem esses atendimentos descentralizados, a população teme um agravamento nas filas e na lotação da única unidade de pronto atendimento disponível.
“A demanda após as 17 horas e durante os finais de semana era constante. Agora, com o fechamento, a UPA, que já enfrenta atrasos salariais de médicos e superlotação, terá que absorver ainda mais pacientes”, comentou uma moradora da região que preferiu não se identificar.
Prefeitura Não Se Pronuncia Sobre Mudanças
A reportagem do Canal 38 esteve na UBS Bolívar Pavão para ouvir a administração local, mas a responsável pelo posto se recusou a dar entrevistas, orientando que o caso fosse tratado diretamente com a Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana, que até o momento não se manifestou sobre as mudanças.
Promessas Eleitorais em Contraste com a Realidade
Durante sua campanha eleitoral, o prefeito Rodolfo Mota, em entrevista ao Canal 38, prometeu acabar com as filas nos postos de saúde e melhorar o atendimento básico. Contudo, o encerramento do horário estendido em unidades estratégicas gerou revolta entre moradores e lideranças comunitárias. Críticos afirmam que a decisão vai na contramão das promessas, agravando ainda mais um sistema de saúde já em colapso, que agora se encontra em situação ainda pior. A população, indignada, também cobra respostas do Canal 38, conhecido como o único veículo a dar voz à população apucaranense.
A escolha da gestão de trazer para secretarias profissionais de outras cidades e até de outros países também gerou questionamentos. Entre as novas contratações está um médico formado na Rússia, que, segundo a população, não conhece as especificidades locais. “Pode ser que essa gestão pública de saúde funcione na Rússia, mas aqui não. Parece que ele, assim como o prefeito, desconhece a realidade e os bairros da cidade e os anseios da população em especial as menos favorecidas”, criticou um representante do bairro Jardim América.
Cobrança Popular e Críticas à Gestão
A população de Apucarana segue cobrando uma posição mais clara da prefeitura sobre o futuro da saúde pública na cidade. Recentemente, a gestão Rodolfo Mota também foi alvo de críticas devido ao fechamento temporário de escolas municipais, medida que foi revertida após pressão popular.
“O prefeito precisa entender que a saúde e a educação são prioridades. Ao invés de diminuir a disponibilidade de atendimento público, ele deveria ampliar os serviços para atender às necessidades crescentes da população”, concluiu um líder comunitário.