A 53 dias do término de seu mandato, o prefeito Junior da Femac segue realizando nomeações para cargos em comissão, o que tem gerado questionamentos. A atitude levanta suspeitas de que o prefeito age como se não tivesse perdido a eleição e que a próxima administração seria uma continuidade de sua gestão.
A mais recente nomeação foi para o cargo de Assessor de Superintendente de Esportes, símbolo CC-04, feita em 30 de outubro, com efeitos retroativos a 06 de outubro. Essa nomeação levanta a possibilidade de outras ações semelhantes, o que tem gerado desconforto entre os cidadãos, que veem essa prática como uma possível recompensa política.
Apesar de uma transição aparentemente cordial entre a gestão de Junior da Femac e o prefeito eleito Rodolfo Mota, as nomeações de última hora têm gerado críticas sobre a ética e a transparência da administração. Muitos esperam que essas nomeações políticas sejam interrompidas com a posse do novo prefeito em janeiro, para que a gestão pública se concentre mais nos interesses da população do que no favorecimento de aliados.
A população de Apucarana já deu seu recado nas urnas e foi clara: as pessoas querem uma administração com atitudes e pessoas diferentes, que defenda o que é certo e busque moralizar a gestão da cidade, ao invés de dar continuidade às práticas que têm gerado insatisfação em diversas áreas da administração municipal. A população espera que nada seja “varrido para debaixo do tapete” e que irregularidades sejam investigadas e os responsáveis punidos.
Embora o prefeito Junior da Femac não tenha sido declarado inelegível pela Justiça, ele já foi julgado nas urnas pela população e, dificilmente, retornará à vida pública por meio do voto popular.
Falta de recursos na saúde pública e insatisfação popular
Além das polêmicas com nomeações, a crise na saúde pública em Apucarana segue crítica. O único hospital da cidade é alvo de constantes queixas. A cidade sofre com a escassez de médicos e medicamentos, enquanto a superlotação da UPA agrava o cenário. Moradores reclamam da demora em exames e cirurgias eletivas, gerando crescente insatisfação. Esse descontentamento com a gestão da alocação de recursos públicos foi um dos principais fatores para a derrota expressiva do grupo político de Junior da Femac nas últimas eleições.
Implicações legais e pressão crescente
A gestão de Júnior da Femac está também sob forte pressão jurídica. O prefeito enfrenta acusações de não cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Ministério Público, que exigia a substituição de cargos comissionados por servidores concursados. O Procurador-Geral de Justiça ainda questiona a constitucionalidade dessas nomeações, colocando mais pressão sobre o atual prefeito. E por último o Ministério Público abriu procedimento para investigar nomeações de cargos comissionados em Apucarana.
O Silêncio do Prefeito
Após 604 dias desde as primeiras denúncias contra sua administração, envolvendo a terceirização de obras do hospital e por empresas do prefeito e de seus familiares, Júnior da Femac continua em silêncio. As acusações variam desde irregularidades em obras públicas até questões sobre sua conduta administrativa. Com apenas 52 dias restantes de mandato, o prefeito enfrenta uma das gestões mais criticadas da história de Apucarana.
Com 61 denúncias já acumuladas, incluindo uma série de acusações de subcontratação de obras públicas por meio de empresas próprias e de familiares, a gestão de Junior da Femac está à beira de um colapso. A falta de respostas e de ações concretas pode selar seu futuro político, consolidando sua imagem como um dos piores gestores da história do município. Ele deve encerrar o mandato sem fornecer explicações sobre as denúncias e permanecer calado.