Em mais uma decisão polêmica, o prefeito de Apucarana, Junior da Femac, nomeou mais uma candidata derrotada nas eleições municipais de 6 de outubro para um cargo em comissão. Cinco dias após o pleito, a ex-candidata, que teve um fraco desempenho nas urnas, foi nomeada Assessora de Superintendente da Secretaria da Mulher e Assuntos da Família, gerando suspeitas sobre as motivações da nomeação, que muitos interpretam como uma recompensa política.

A nomeação, feita em 15 de outubro, com data retroativa a 11 de outubro, ocorre em meio a um cenário de desgaste crescente da gestão de Junior da Femac, marcada por críticas à sua impopularidade e à percepção de favorecimento pessoal. A medida, que coloca a ex-candidata em um cargo de confiança (CC-04), foi vista como uma tentativa de acomodar aliados políticos derrotados, o que gerou forte repercussão negativa.

Críticas à Gestão e Repercussão Popular

A nomeação faz parte de uma série de designações realizadas em outubro, que têm sido alvo de críticas tanto da população quanto de opositores políticos. A insatisfação se intensifica devido à situação financeira delicada do município, que enfrenta uma dívida de mais de R$ 1,3 bilhão e dificuldades em obter a certidão liberatória do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

A folha de pagamento da prefeitura, que já atinge o valor de R$ 22.237.558,02, levanta questionamentos sobre as prioridades da gestão, com muitos apontando que a série de nomeações seria uma estratégia para garantir salários comissionados até o fim do mandato, desconsiderando a crise financeira enfrentada pelo município.

Apesar de Junior da Femac não enfrentar um processo de inelegibilidade até o momento, mesmo que não venha a ser declarado inelegível pela Justiça, algo que é esperado, ele já foi julgado nas urnas pela população e dificilmente retornará à vida pública por meio do voto popular.

Veja o valor da folha de pagamento:

Falta de recursos na saúde pública e insatisfação popular

Além das polêmicas com nomeações, a crise na saúde pública em Apucarana segue crítica. O único hospital da cidade é alvo de constantes queixas. A cidade sofre com a escassez de médicos e medicamentos, enquanto a superlotação da UPA agrava o cenário. Moradores reclamam da demora em exames e cirurgias eletivas, gerando crescente insatisfação. Esse descontentamento com a gestão da alocação de recursos públicos foi um dos principais fatores para a derrota expressiva do grupo político de Junior da Femac nas últimas eleições.

Implicações legais e pressão crescente

A gestão de Júnior da Femac está também sob forte pressão jurídica. O prefeito enfrenta acusações de não cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Ministério Público, que exigia a substituição de cargos comissionados por servidores concursados. O Procurador-Geral de Justiça ainda questiona a constitucionalidade dessas nomeações, colocando mais pressão sobre o atual prefeito. E por último o Ministério Público abriu procedimento para investigar nomeações de cargos comissionados em Apucarana.

O Silêncio do Prefeito

Após 586 dias desde as primeiras denúncias contra sua administração, envolvendo a terceirização de obras do hospital por empresas ligadas ao prefeito e seus familiares, Júnior da Femac continua em silêncio. As acusações variam desde irregularidades em obras públicas até questões sobre sua conduta administrativa. Com apenas 72 dias restantes de mandato, o prefeito enfrenta uma das gestões mais criticadas da história de Apucarana.

Com 61 denúncias já acumuladas, incluindo uma série de problemas administrativos, a gestão de Júnior da Femac está à beira de um colapso. A ausência de respostas e de ações concretas pode selar seu futuro político, consolidando sua imagem como um dos gestores mais controversos da história do município.

Escândalo de propina: áudio vazado revela esquema de corrupção

Um áudio vazado recentemente trouxe à tona um esquema de corrupção envolvendo o prefeito e empresas concessionárias de serviços públicos, além de empreiteiras contratadas para obras municipais. O áudio, gravado no que já é chamado de “Gabinete da Corrupção”, revela conversas sobre propinas destinadas a financiar campanhas eleitorais. Júnior da Femac menciona empresas de transporte coletivo e discute valores ilegais. A revelação aumenta a pressão por uma investigação formal e intensifica a indignação popular.

Com seu grupo político derrotado, Junior da Femac agora enfrenta perguntas sobre sua falha em fiscalizar as empresas envolvidas. A situação coloca em dúvida o futuro político do prefeito e sua capacidade de lidar com as consequências de sua gestão. Mesmo que não venha a ser declarado inelegível pela Justiça, algo que é esperado, ele já foi julgado nas urnas pela população e dificilmente retornará à vida pública por meio do voto popular.

Veja o vídeo:

 

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