Em um movimento controverso, o prefeito de Apucarana, Junior da Femac, nomeou como Superintendente de Chefe de Gabinete um candidato a vereador derrotado nas eleições municipais realizadas em 6 de outubro. O novo nomeado, que era o principal candidato do prefeito para a Câmara Municipal, teve um desempenho considerado fraco nas urnas, refletindo também a baixa popularidade do atual alcaide.

Mesmo com a derrota nas eleições, o candidato foi nomeado para o cargo de confiança (CC-01) no dia 7 de outubro, um dia após o resultado do pleito, assumindo a função no gabinete do prefeito. A decisão gerou críticas e levantou questionamentos sobre o uso de cargos públicos para acomodar aliados políticos que também não obtiveram sucesso eleitoral.

A nomeação do assessor derrotado ocorre em um contexto de insatisfação crescente entre parte da população e opositores políticos, que apontam a medida como um sinal de favorecimento pessoal e desrespeito à vontade expressa nas urnas.

A função do servidor público é zelar pelo bem comum, garantindo que suas ações beneficiem a comunidade. No entanto, quando cargos públicos são utilizados para atender interesses pessoais ou favorecer aliados políticos, há uma inversão da função pública, comprometendo a confiança da população nas instituições e deslegitimando a administração.

O prefeito Junior da Femac, já sob forte rejeição popular e com uma gestão severamente julgada nas urnas, enfrenta nova onda de críticas. Suas decisões, especialmente as nomeações recentes, parecem ignorar o desgaste de sua imagem pública.

Nomeações e Crise Administrativa em Apucarana

Em meio a uma crise financeira que afeta severamente o município, com dívidas superiores a R$ 1,3 bilhão e sem a certidão liberatória do Tribunal de Contas do Estado (TCE), essencial para firmar convênios e acessar recursos públicos, a administração de Apucarana segue realizando nomeações controversas. Nos dias 7, 8 e 9 de outubro, várias nomeações de eleitos e derrotados nas urnas ocorreram, suscitando críticas.

Para muitos, essas nomeações são vistas como uma forma de garantir a continuidade de salários comissionados até o término do mandato de Júnior da Femac. Críticos afirmam que, como as próximas eleições estão distantes, os eleitos se sentem à vontade para ignorar a opinião pública.

Além disso, a folha de pagamento da gestão municipal, que já atinge R$ 22.237.558,02, levanta questionamentos. Esperava-se que, diante das dificuldades econômicas e da crise na Saúde Pública, a gestão adotasse medidas austeras. Contudo, as nomeações sugerem o contrário, agravando ainda mais a insatisfação da população com a administração municipal.

Veja o valor da folha de pagamento:

Falta de recursos na saúde pública e insatisfação popular

Além das polêmicas com nomeações, a crise na saúde pública em Apucarana segue crítica. O único hospital da cidade é alvo de constantes queixas. A cidade sofre com a escassez de médicos e medicamentos, enquanto a superlotação da UPA agrava o cenário. Moradores reclamam da demora em exames e cirurgias eletivas, gerando crescente insatisfação. Esse descontentamento com a gestão da alocação de recursos públicos foi um dos principais fatores para a derrota expressiva do grupo político de Junior da Femac nas últimas eleições.

Implicações legais e pressão crescente

A gestão de Júnior da Femac está também sob forte pressão jurídica. O prefeito enfrenta acusações de não cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Ministério Público, que exigia a substituição de cargos comissionados por servidores concursados. O Procurador-Geral de Justiça ainda questiona a constitucionalidade dessas nomeações, colocando mais pressão sobre o atual prefeito. E por último o Ministério Público abriu procedimento para investigar nomeações de cargos comissionados em Apucarana.

O Silêncio do Prefeito

Após 584 dias desde as primeiras denúncias contra sua administração, envolvendo a terceirização de obras do hospital por empresas ligadas ao prefeito e seus familiares, Júnior da Femac continua em silêncio. As acusações variam desde irregularidades em obras públicas até questões sobre sua conduta administrativa. Com apenas 74 dias restantes de mandato, o prefeito enfrenta uma das gestões mais criticadas da história de Apucarana.

Com 61 denúncias já acumuladas, incluindo uma série de problemas administrativos, a gestão de Júnior da Femac está à beira de um colapso. A ausência de respostas e de ações concretas pode selar seu futuro político, consolidando sua imagem como um dos gestores mais controversos da história do município.

Escândalo de propina: áudio vazado revela esquema de corrupção

Um áudio vazado recentemente trouxe à tona um esquema de corrupção envolvendo o prefeito e empresas concessionárias de serviços públicos, além de empreiteiras contratadas para obras municipais. O áudio, gravado no que já é chamado de “Gabinete da Corrupção”, revela conversas sobre propinas destinadas a financiar campanhas eleitorais. Júnior da Femac menciona empresas de transporte coletivo e discute valores ilegais. A revelação aumenta a pressão por uma investigação formal e intensifica a indignação popular.

Com seu grupo político derrotado, Junior da Femac agora enfrenta perguntas sobre sua falha em fiscalizar as empresas envolvidas. A situação coloca em dúvida o futuro político do prefeito e sua capacidade de lidar com as consequências de sua gestão.

Veja o vídeo:

 

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