Após prometer uma gestão enxuta e eficiente, o prefeito de Apucarana, Rodolfo Mota, já nomeou mais de 135 cargos comissionados, contradizendo seus próprios discursos campanha. Entre os nomeados, há diversos integrantes da administração anterior e pessoas ligadas a vereadores, levantando suspeitas sobre possível “acordão” político.
Com 99 dias de gestão, Rodolfo Mota continua nomeando aliados para cargos comissionados, o que tem gerado intensos debates e críticas da população.
Novas Nomeações e Crescimento de Cargos Comissionados
No dia (24/03), uma nova nomeação foi publicada, retroativa e com efeitos a partir de 01 de março de 2025. O cargo atribuído foi o de Assessor de Superintendente de Obras Públicas, vinculado à Secretaria de Serviços Públicos (símbolo CC-03). As nomeações, antes realizadas de forma individual, agora acontecem em lotes, e o volume crescente pode superar os números da gestão anterior.
Críticas à Administração de Rodolfo Mota
A gestão de Rodolfo Mota tem sido alvo de severas críticas da população, que aponta uma série de problemas estruturais e a falta de soluções eficazes em diversas áreas. Entre os principais pontos de insatisfação estão:
Superlotação na UPA: O atendimento médico na unidade de saúde não tem sido suficiente para atender à crescente demanda, resultando diariamente em longas filas e atrasos no atendimento de idosos, mulheres e crianças.
Falta de Tudo na Saúde Pública: Escassez de medicamentos, consultas, exames e cirurgias eletivas tem gerado frustração e agravado o sofrimento da população.
Fechamento das UBS no período noturno e finais de semana: A falta de cobertura médica em horários críticos tem deixado a comunidade sem atendimento adequado.
Triagens nas UBS Resultam em Pacientes Sem Atendimento: Muitas pessoas que buscam atendimento nas unidades de saúde acabam sendo dispensadas sem a devida assistência médica.
Hospital Municipal Fechado: Apesar do investimento de R$ 26 milhões em recursos públicos, o hospital segue sem funcionamento. No dia 07/04, foi anunciada a abertura da Central da Dengue no mesmo local.
Problemas na Educação: A qualidade da merenda escolar, o tratamento dispensado aos servidores, as tentativas de fechamento de escolas, as polêmicas envolvendo mudanças de diretores e a falta de materiais e uniformes são apenas alguns dos desafios enfrentados no setor.
Descaso com Crianças Especiais: Falta de Professores Auxiliares Prejudica Atendimento de 762 Alunos com TEA e TDAH: A rede municipal de ensino enfrenta uma grave omissão: a ausência de professores auxiliares tem comprometido o atendimento de 762 alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), em desrespeito a legislação. A situação escancara o descaso da administração com a educação inclusiva e os direitos das crianças com necessidades especiais. Além da falta de suporte adequado, há relatos alarmantes de agressões contra crianças dentro das unidades escolares. E o mais grave: denúncias apontam que a gestão estaria tentando abafar os casos, ignorando leis e direitos fundamentais garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O contraste é chocante. Enquanto o prefeito participa de passeatas e se apresenta como defensor da causa da inclusão, na prática, o município falha em garantir o básico: segurança, respeito e apoio pedagógico às crianças que mais precisam. Se assim age quem se diz comprometido com a causa, imagina se não fosse.
Polêmica do Aumento do Salário Mínimo Municipal: O anunciado aumento do salário mínimo de Apucarana para R$ 2.100,00 é, na verdade, apenas um abono complementar — e não um reajuste efetivo no vencimento base — o que tem gerado insatisfação entre os servidores públicos municipais.
Nomeações de Adversários Políticos, Familiares e Pessoas de Fora da Cidade: A nomeação de antigos adversários eleitorais, além de familiares, compadres e diversas pessoas de fora do município, tem gerado grande insatisfação na população. Essas escolhas frustraram as expectativas de mudança, evidenciando acordos políticos nos bastidores e afastando a renovação prometida.
Dívida bilionária sem plano de pagamento: A cidade enfrenta uma dívida bilionária, sem um plano claro de pagamento, enquanto os gastos públicos com comissionados seguem aumentando.
Infraestrutura deficiente: Prefeito Rodolfo Mota é flagrado distribuindo colchonetes para as pessoas que pernoitavam na fila para atendimento, o que ilustra a falta de estrutura para atender à demanda crescente de serviços públicos.
Falta de Atendimento ao Público: O prefeito tem sido criticado por não atender ou retornar os contatos. Aqueles que buscam atendimento no gabinete enfrentam longas esperas e, muitas vezes, são informados de que não serão atendidos, gerando revolta na população e entre ex-companheiros políticos que se sentem deixados de lado. Nem mesmo os servidores do prédio veem o prefeito, já que ele entra e sai pela porta lateral, de acesso direto ao gabinete, apelidada de “Batcaverna” — passagem que ele havia prometido fechar, mas agora utiliza exclusivamente.
Silêncio e Contradições: Após 98 dias de gestão, o prefeito Rodolfo Mota permanece em silêncio diante de diversas denúncias envolvendo cargos comissionados e ainda não tomou nenhuma medida contra servidores flagrados em irregularidades. Apresentado como um gestor que traria mudanças, Mota já enfrenta forte desgaste e se tornou um dos prefeitos mais criticados da história recente de Apucarana em tão curto período de mandato, repetindo práticas da administração anterior.
Durante a campanha, Mota criticou o excesso de cargos comissionados, citando Londrina como exemplo. Segundo ele, a cidade vizinha, com mais de 600 mil habitantes, possuía apenas 80 comissionados, enquanto Apucarana, com 130 mil habitantes, tinha mais de 300. No entanto, sua gestão já ultrapassou a marca de 130 nomeações e segue com ritmo acelerado, concedendo aumentos salariais para comissionados e perpetuando a velha política que prometeu combater.
Decepção e frustração Popular
Além disso, as decisões tomadas por Rodolfo Mota têm gerado polêmica. A nomeação de ex-adversários das eleições levanta questionamentos sobre a continuidade de práticas políticas que muitos esperavam ver encerradas. O ex-prefeito, agora inelegível por oito anos por decisão do TRE, não pode retornar à vida pública pelo voto — e, ao que tudo indica, também não o fará por nomeação, após sua condenação. No entanto, um candidato da chapa adversária de Rodolfo Mota na última eleição foi nomeado secretário em sua gestão, evidenciando um possível “acordão político”. Enquanto isso, aliados que realmente o apoiaram durante a campanha parecem ter sido esquecidos. A pergunta que fica é: se Rodolfo Mota tanto reclama das dívidas deixadas pela administração anterior, por que não realiza uma auditoria para esclarecer os fatos?
O descontentamento com a administração de Rodolfo Mota cresce a cada dia, refletindo o contraste entre suas promessas de campanha e as ações concretas tomadas até o momento. O prefeito prometeu “destravar a cidade e cuidar das pessoas”, mas a realidade aponta para um cenário oposto.