Em uma ação polêmica, o prefeito de Apucarana, Junior da Femac, nomeou recentemente mais uma ex-candidata a vereadora para um cargo comissionado, a poucos meses de concluir seu mandato. A ex-candidata, que havia se desligado da administração para disputar as eleições, foi reconduzida ao cargo de Assessora da Superintendente de Chefe de Gabinete, junto ao Gabinete do Prefeito, com remuneração CC-04, menos de duas semanas após o fim do pleito. A nomeação, datada de 16 de outubro, levantou críticas na comunidade, onde muitos veem o ato como uma manobra de recompensa política. Com tantas nomeações no gabinete do prefeito, comenta-se que até faltam cadeiras para acomodar todos os servidores nomeados.
A decisão ocorre em um contexto de crise financeira, com a prefeitura de Apucarana registrando uma dívida de mais de R$ 1,3 bilhão e enfrentando dificuldades para obter a certidão liberatória do Tribunal de Contas do Estado (TCE), essencial para acesso a recursos e operações de crédito. A folha de pagamento do município também se tornou um ponto de debate, com o gasto em outubro alcançando R$ 22,4 milhões. Moradores e críticos da administração avaliam que as nomeações sucessivas, feitas em pleno final de gestão, são preocupantes e podem agravar o cenário financeiro local.
A nomeação integra uma série de designações realizadas em outubro, que geraram insatisfação em uma parcela da população. Muitos questionam se tais nomeações refletem interesses públicos ou se representam uma estratégia para garantir salários aos aliados políticos até o término do mandato. Diante do desgaste público e da reprovação nas urnas, Junior da Femac enfrenta uma avaliação negativa e, apesar de não estar inelegível, enfrenta ceticismo sobre seu futuro político.
Veja o valor da folha de pagamento:
Falta de recursos na saúde pública e insatisfação popular
Além das polêmicas com nomeações, a crise na saúde pública em Apucarana segue crítica. O único hospital da cidade é alvo de constantes queixas. A cidade sofre com a escassez de médicos e medicamentos, enquanto a superlotação da UPA agrava o cenário. Moradores reclamam da demora em exames e cirurgias eletivas, gerando crescente insatisfação. Esse descontentamento com a gestão da alocação de recursos públicos foi um dos principais fatores para a derrota expressiva do grupo político de Junior da Femac nas últimas eleições.
Implicações legais e pressão crescente
A gestão de Júnior da Femac está também sob forte pressão jurídica. O prefeito enfrenta acusações de não cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Ministério Público, que exigia a substituição de cargos comissionados por servidores concursados. O Procurador-Geral de Justiça ainda questiona a constitucionalidade dessas nomeações, colocando mais pressão sobre o atual prefeito. E por último o Ministério Público abriu procedimento para investigar nomeações de cargos comissionados em Apucarana.
O Silêncio do Prefeito
Após 597 dias desde as primeiras denúncias contra sua administração, envolvendo a terceirização de obras do hospital por empresas ligadas ao prefeito e seus familiares, Júnior da Femac continua em silêncio. As acusações variam desde irregularidades em obras públicas até questões sobre sua conduta administrativa. Com apenas 61 dias restantes de mandato, o prefeito enfrenta uma das gestões mais criticadas da história de Apucarana.
Com 61 denúncias já acumuladas, incluindo uma série de problemas administrativos, a gestão de Júnior da Femac está à beira de um colapso. A ausência de respostas e de ações concretas pode selar seu futuro político, consolidando sua imagem como um dos piores gestores da história do município.