A reportagem teve acesso ao Ofício nº 878/2025, encaminhado pela Polícia Militar do Paraná, ao prefeito de Mauá da Serra, solicitando a interdição ou cassação do alvará de funcionamento do estabelecimento.
De acordo com o documento, a medida foi sugerida após uma operação policial realizada em 20 de setembro de 2025, que teve como foco o combate e repressão ao tráfico de drogas na região. Segundo a PM, o local já era alvo de denúncias de tráfico de entorpecentes.
O relatório da corporação aponta que a ação resultou na abordagem de aproximadamente 80 pessoas, incluindo indivíduos conhecidos por envolvimento com tráfico de drogas, além da prisão de um homem por porte de substância análoga à cocaína. Também foram apreendidas cinco armas brancas, entre facas e canivetes.
A Polícia Militar destacou ainda que o endereço teria sido palco de crimes graves, como tentativa de homicídio — em que uma mulher foi esfaqueada nas costas —, roubo agravado com uso de faca, e diversas denúncias de disparos de arma de fogo e tráfico de drogas.
No ofício, a Polícia Militar, afirma que a continuidade do funcionamento do estabelecimento representaria “risco à preservação da ordem pública”, motivo pelo qual foi solicitado o fechamento do local.
A reação da proprietária
Após a decisão da prefeitura em caçar o alvará de funcionamento, a proprietária do bar publicou uma nota pública, na qual contesta a medida e alega perseguição política.
“Eu só queria poder trabalhar em paz. Meu bar é simples, é o que me sustenta, fruto do meu esforço, da minha luta e da minha honestidade. Mas o prefeito mandou caçar o meu alvará… E por quê? Só porque eu sou irmã do vereador.
Meu irmão faz o trabalho dele, fiscaliza o que está errado, e eu não tenho culpa disso. O que o prefeito fez comigo é perseguição, é abuso de poder. Tá tirando o pão da minha mesa só por vingança política. Por esse motivo, o bar ficará temporariamente fechado. Mas eu não vou desistir. Eu vou lutar pelos meus direitos, porque quem me sustenta é o meu trabalho e a minha fé em Deus”, afirmou.
Segundo informações obtidas na Prefeitura
A reportagem também buscou a administração municipal, que confirmou o fechamento do estabelecimento. Segundo informações, o prefeito não tem responsabilidade, até porque não poderia deixar de atender à solicitação formal da Polícia Militar.
“A Polícia pediu o fechamento com base em denúncias e registros de tráfico de drogas, além de ocorrências graves no local. A decisão foi técnica, não política”, afirmou o prefeito de Mauá da Serra.