Na manhã desta sexta-feira (01), a Polícia Civil de Apucarana, com o apoio de diversas forças de segurança da região, realizou uma operação de grande porte contra o tráfico de drogas e a associação para o tráfico. A ação é fruto de uma investigação minuciosa que já vinha sendo conduzida há cerca de um ano.
De acordo com o delegado Dr. André Garcia, responsável por coordenar os trabalhos desta sexta-feira, a operação obteve êxito no cumprimento de mandados e na desarticulação de uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC), que atuava na cidade. Em sua fala à imprensa, o delegado detalhou todas as etapas e resultados da operação:
“Na verdade, é uma investigação sobre o tráfico de drogas e a associação para o tráfico de drogas que já vínhamos desenvolvendo há cerca de um ano. Durante essas investigações, nós apuramos uma célula do PCC atuando aqui em Apucarana. Identificamos as pessoas que faziam a guarda e a custódia de drogas e dinheiro para essa célula do PCC, identificamos algumas pessoas que faziam a compra dessa droga para revenda aqui na cidade de Apucarana e também na cidade de Arapongas.
E na data de hoje, então, deflagramos essa operação que culminou com a prisão de sete pessoas, todas com mandado de prisão, e o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão. A operação contou com 60 policiais civis, tivemos o apoio do GOA, pessoal da aeronave, policiais que operam com cães, o NOC, e foi um resultado bastante positivo.
O nome da operação, ‘Trópico’, faz referência ao Trópico de Capricórnio, porque identificamos que essa célula operava tanto aqui na cidade de Apucarana como também na cidade de Arapongas.
As investigações se iniciaram no começo de 2024. Sabemos que há integrantes dessa célula presos na Penitenciária Estadual de Londrina, integrantes do PCC, Primeiro Comando da Capital. Hoje é um desdobramento da investigação, não é o final. A partir daqui avançaremos com certeza as investigações.
Identificamos que esse núcleo movimentava valores por demais expressivos aqui na cidade de Apucarana. Além dos cerca de R$ 19 mil apreendidos hoje, sabemos que grande parte da movimentação é feita por transações bancárias, e estamos também trabalhando nessa vertente da investigação.
Não houve nenhuma resistência no momento das prisões. Trabalhamos de forma a minimizar qualquer tipo de resistência. Então ocorreu tudo dentro da normalidade: sete presos sem que ninguém tivesse reagido ou sofrido qualquer tipo de lesão.
Desses sete presos, a maioria são mulheres: quatro mulheres e três homens. Isso é um fato que nos chama a atenção, porque identificamos a participação de muitas mulheres nesse estratagema criminoso. Ainda que tenham sido cumpridos sete mandados de prisão, havia outras pessoas no entorno que não chegaram a ter participação evidenciada nos crimes, mas há um número bastante significativo de mulheres operando dentro desse sistema.
Eles estão presos porque, em tese, incorreram no crime de associação para o tráfico de drogas. Esse crime está previsto no artigo 35 da Lei 11.343. Uma dessas pessoas também foi presa em flagrante na data de hoje. Foi onde exatamente nós encontramos a droga e o dinheiro — um apartamento bastante discreto. Era um local que não era frequentado por usuários.
O que nós chamamos de ‘cofre’ ou ‘geladeira’, ou seja, um local especificamente alugado, muitas vezes até comprado pela facção criminosa, para que ali fosse depositado o dinheiro e a droga. Tanto que tudo estava escondido em fundos falsos. Era um apartamento recém-reformado, com móveis planejados, e o dinheiro e a droga estavam escondidos em fundos falsos desses móveis planejados.
O trabalho do cão foi fundamental. De suma importância, porque já sabíamos que enfrentaríamos dificuldade para encontrar a droga e o dinheiro. Mas o cão nos sinalizou o ponto exato onde deveríamos desmontar os móveis — e foi ali que encontramos toda essa quantidade.
A partir dessa operação, de alguma forma a população pode colaborar com a continuidade do nosso trabalho. A informação é o substrato principal da investigação. A partir do trabalho de vocês da imprensa, a população toma conhecimento das prisões que foram efetuadas.
Os canais de comunicação com a Polícia Civil estão abertos, principalmente através do nosso serviço de denúncia via WhatsApp. Contamos com o apoio da população. Qualquer informação é bem-vinda — e o sigilo é sempre mantido.”
A operação segue em desdobramento, e a Polícia Civil continuará aprofundando a investigação nos próximos dias. Os presos foram encaminhados à 17ª Subdivisão Policial de Apucarana e estão à disposição da Justiça.