Nesta sexta-feira (13/09), o Ministério Público Eleitoral da 28ª Zona Eleitoral de Apucarana, por meio do promotor Gustavo Marcel Fernandes Marinho, propôs uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o prefeito de Apucarana, Sebastião Ferreira Martins Júnior, conhecido como Júnior da Femac, e os candidatos Rodrigo Lauer Lievore (Recife) e Gentil Pereira de Souza Filho. A ação investiga um possível abuso de poder político ocorrido durante um evento realizado em 21 de agosto de 2024, nas instalações da Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (ACEA).
Reunião Suspeita
Segundo o MP Eleitoral o evento, inicialmente divulgado como uma “reunião de trabalho”, contou com a presença de secretários, superintendentes municipais e cerca de cem servidores comissionados. No entanto, imagens e vídeos anexados à denúncia indicam que a reunião se transformou em um ato de campanha política em favor de Recife, apoiado por Júnior da Femac.
De acordo com a denúncia, o prefeito enalteceu publicamente o candidato Recife, mencionando projetos como a Feira Verde. Além disso, quase cem veículos com adesivos de campanha foram flagrados no local. A presença do coordenador da campanha de Recife reforça a suspeita de que o evento tinha fins eleitorais, configurando o uso de recursos públicos e do horário de trabalho para promover o candidato.
O Ministério Público destacou que, segundo os vídeos, fotos e matérias jornalísticas anexados, o evento foi desvirtuado e transformou-se em um verdadeiro ato político em benefício do candidato Recife. O prefeito declarou durante o evento:
“Vamos ter reuniões para levantar o plano de governo. Então vai ter uma reunião temática de esporte, uma reunião de finanças, uma reunião temática de assistência social… A galera da saúde vai toda… Tá bom! Que mais. Acho que é isso, né? Beleza. Ah sim. Pessoal, o Recife é um cara espetacular. Um dos projetos que ele implementou é a Feira Verde. Ele trouxe pra gente. Projeto que troca 4 (quatro) quilos de reciclagem por 1 (um) quilo de hortifrúti. Os recicláveis vão para a cooperativa, está gerando renda, gerando emprego. Os hortifrutis são comprados todos…”
Acusação de Abuso de Poder Político
O Ministério Público argumenta que o prefeito se aproveitou de seu cargo para beneficiar diretamente os candidatos Recife e Gentil, o que caracteriza abuso de poder político e pode desequilibrar o processo eleitoral. A ação pede a inelegibilidade dos envolvidos por oito anos e, em caso de eleição, a cassação dos mandatos.