Irmã de candidata admite em depoimento ao Ministério Público que mulher foi usada como laranja em esquema para atender cota de gênero; prefeito Junior da Femac é apontado pelas duas primas como responsável pela articulação.
Uma nova acusação de fraude eleitoral abala Apucarana. Desta vez, a irmã de uma candidata revelou ao Ministério Público que sua parente foi usada como “candidata laranja” para cumprir a cota de gênero exigida por lei. O esquema teria sido articulado pelo prefeito Junior da Femac, segundo depoimento da irmã e da própria candidata, ambas parentes do prefeito.
De acordo com o relato, a mulher de 65 anos, que enfrenta problemas de saúde, nunca demonstrou interesse por política e sequer realizou campanha eleitoral. “Ela não pediu para ser candidata, nunca demonstrou interesse. Foi apenas um favor ao nosso primo, que é o prefeito Junior da Femac”, afirmou a irmã da candidata em depoimento.
Com poucos votos registrados — fruto de familiares que decidiram votar para “nao deixá-la zerada” —, a idosa foi colocada como um nome figurativo na chapa. O objetivo seria apenas preencher o percentual mínimo de mulheres exigido pela legislação eleitoral. “Ela está nervosa, abatida e com a saúde comprometida. Achou que estava fazendo um favor e não tinha noção da gravidade da situação”, completou a irmã, destacando o impacto emocional da situação.
Investigacão do Ministério Público
O caso veio à tona em meio às investigações sobre possíveis irregularidades relacionadas à cota de gênero, uma medida que visa aumentar a representação feminina na política. O Ministério Público apura se houve manipulação das regras para beneficiar a chapa.
Curiosamente, advogados da candidata anexaram documentos, incluindo um Boletim de Ocorrência registrado pelo prefeito Junior da Femac contra as primas que o acusam de ser o responsável pela candidatura fictícia, levantando dúvidas sobre se estão defendendo ou atacando sua própria cliente. “Estão tentando inverter os valores, criando uma narrativa de que há um ‘lado bom e lado ruim’, mas o fato é que a verdadeira vítima é a Justiça Eleitoral”, destacou um observador do caso.
Repercussão política e possíveis sanções
O episódio lança luz sobre um problema recorrente na política brasileira: o uso de candidaturas fictícias para atender formalidades legais, desrespeitando o espírito da lei. Caso a fraude seja comprovada, os envolvidos podem enfrentar sanções eleitorais e criminais.
Para a candidata idosa e sua família, o escândalo trouxe apenas prejuízos. “Ela foi exposta e está emocionalmente abalada.