Dalila Almeida, moradora de Apucarana denunciou nesta semana uma atitude que ela considera negligente por parte do Hospital Materno Infantil de Apucarana. De acordo com a mãe, o hospital se recusou a realizar o teste da orelhinha, obrigatório nos primeiros dias de vida, em sua filha recém-nascida, sob a justificativa de que o parto não ocorreu na unidade hospitalar.

A bebê, que nasceu no último domingo durante um parto domiciliar planejado, necessita dos testes essenciais que devem ser realizados nos primeiros dias de vida, como o teste do pezinho, vacinas e o teste da orelhinha, todos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A mãe relatou que, apesar de ter conseguido realizar a maioria dos procedimentos no posto de saúde, o teste da orelhinha, que só pode ser feito no Hospital Materno Infantil de Apucarana, foi negado pelo hospital.

“Recusa Injustificável”
A mãe, contou à imprensa local sobre sua frustração: “Quando chegamos ao hospital para realizar o teste, fomos questionados sobre o motivo de não termos realizado o parto na unidade. Explicamos que foi um parto domiciliar planejado, e eles simplesmente disseram que, por conta disso, não poderiam realizar o teste da orelhinha, nos mandando procurar uma clínica particular para realizar o procedimento pago”, desabafou.

Ela destacou que o procedimento, além de ser um direito garantido pelo SUS, é essencial para a saúde da recém-nascida. “Minha filha tem apenas quatro dias de vida e já está sofrendo com a negligência da saúde. Fizemos todo o pré-natal pelo SUS, realizamos as vacinas e o teste do pezinho no posto de saúde, mas, infelizmente, o teste da orelhinha só pode ser feito no Hospital Materno Infantil, que se recusou a fazer”, afirmou.

Orientação Confusa e Falta de Suporte
A mãe ainda procurou a Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana para buscar orientação sobre onde realizar o teste. Segundo ela, a autarquia confirmou que o hospital era o único local na cidade que poderia realizar o procedimento e que a recusa era injustificável. “Eles orientaram a gente a voltar ao hospital e solicitar a negativa por escrito, mas o hospital também se recusou a nos fornecer essa declaração. Nos sentimos desamparados”, disse a mãe, visivelmente abalada.

Um Problema que Poderia Ser Evitado
A indignação da mãe reflete um problema que poderia ser evitado, caso o hospital tivesse cumprido sua função de atender todas as crianças, independentemente de onde tenham nascido. O direito ao teste da orelhinha é garantido por lei e deve ser oferecido a todas as famílias, especialmente para aquelas que dependem do sistema público de saúde.

O teste da orelhinha é fundamental para detectar precocemente problemas auditivos e garantir o tratamento adequado, evitando complicações no desenvolvimento da fala e linguagem das crianças. A recusa do hospital em realizar o procedimento fere não apenas os direitos da criança, mas também expõe uma falha no atendimento de saúde pública, que deveria ser acessível a todos.

A Busca por Justiça
A família já considera acionar judicialmente o hospital, caso a situação não seja resolvida rapidamente. “Nós não estamos pedindo nada além do que é um direito da nossa filha. Se eles não realizarem o teste, vamos buscar a justiça, porque não é justo uma criança ser privada de um exame tão importante só porque nasceu em casa”, concluiu a mãe.

A situação levanta um alerta sobre o atendimento em hospitais que deveriam ser referência no atendimento infantil. A expectativa da família agora é que o hospital reconheça o erro e realize o teste, evitando que outros pais enfrentem a mesma dificuldade em um momento que deveria ser de tranquilidade e cuidados com o recém-nascido. Um boletim de ocorrência foi realizado e acionado o conselho tutelar.

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