Durante a sessão da Câmara Municipal de Apucarana, realizada na noite desta segunda-feira (3), o vereador Lucas Leugi fez um discurso enfático em defesa da transparência, da divergência de ideias e do fortalecimento do papel fiscalizador do Legislativo.
O parlamentar destacou que os debates intensos refletem a vitalidade democrática da Casa de Leis.
“Isso é um sinal de que os vereadores estão trabalhando, que tem assunto para a cidade inteira e que cada um aqui defende a sociedade que representa, os princípios que representa. É sempre bom termos um ambiente democrático onde cada um possa dar a sua opinião, e fica a critério da população decidir quem está mais condizente com o anseio da sociedade. A unanimidade de pensamento é burra — e, quando há divergência, estamos fazendo valer o Poder Legislativo”, afirmou Leugi.
Ao comentar o projeto de lei referente ao serviço funerário municipal, Leugi reiterou sua posição contrária à proposta aprovada em plenário e anunciou que buscará medidas judiciais para tentar reverter a votação.
“Eu não concordo com aquilo que veio do Executivo. Faltam elementos importantes, como o impacto financeiro e o estudo de renúncia de receita. A família que paga o velório de um ente querido já arca com todo o serviço, inclusive com o uso da capela mortuária. Isso precisa ser tratado com transparência e responsabilidade. Em outras cidades que privatizaram, o que se criou foi um monopólio privado — e quem mais sofre é justamente quem mais precisa do poder público”, explicou.
O vereador também defendeu a realização de uma audiência pública antes de qualquer decisão definitiva sobre o tema.
“Esse é um projeto embrionário. Estarei aqui, até o final do meu mandato, para defender as pessoas que mais precisam. Não podemos permitir que, na hora da dor, as famílias fiquem desamparadas”, completou.
Além da pauta funerária, Leugi questionou a licitação de parques infantis, que prevê investimento de aproximadamente R$ 12 milhões para a compra de 228 brinquedos.
“Com todo o respeito à administração, mas se o discurso é de contenção de gastos, é preciso justificar esse investimento. Já existem escolas com dois ou três parques fechados, sem uso. Queremos saber onde serão instalados todos esses novos brinquedos”, cobrou o vereador.
Leugi também comentou sobre a situação que envolve a eleição de diretoras de CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil), atualmente sob análise do Ministério Público.
“As professoras que participaram do processo seletivo já foram ouvidas, assim como o prefeito. Ao que chegou ao meu gabinete, elas querem o direito delas restabelecido, e é legítimo. O Ministério Público está acompanhando o caso”, concluiu.
A sessão foi marcada por debates acalorados e reforçou a importância da atuação fiscalizadora do Legislativo apucaranense, bem como a necessidade de transparência nas ações do Executivo.