A Prefeitura de Apucarana, por meio da Secretaria de Assistência Social, promoveu nesta quinta-feira (4), às 9h, uma palestra sobre “A entrega voluntária de recém-nascido para adoção”, ministrada pela juíza da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Apucarana, Dra. Carolline de Castro Carrijo.
O evento ocorreu no auditório do SENAC Apucarana, localizado na Rua Gastão Vidigal, 185, no Centro. Além da palestra, houve a apresentação dos serviços municipais voltados ao cuidado e proteção de gestantes e crianças.
Carolline de Castro Carrijo – Juíza da Vara da Infância e Juventude de Apucarana
“Hoje nós viemos falar sobre a entrega de crianças do recém-nascido para a adoção. É importante trazer essa conscientização para a população, saber que existe, trazer essa escolha para a mulher, que é a entrega do recém-nascido quando a mulher não deseja permanecer com a criança, mostrar que existe um caminho, trazer a Vara da Infância e Juventude como uma porta de entrada para essas mulheres dentro do serviço auxiliar da infância e juventude, que as mulheres podem procurar para buscar mais orientações sobre o tema. Então hoje foi uma conscientização que a gente fez em parceria com a Assistência Social, Secretaria de Assistência Social e também com a Comissão Diocesana em defesa da Vida.
Hoje, ainda assim, a gente vê uma grande resistência por parte da comunidade, ainda aquele papel da mulher como obrigada a cuidar de uma criança, mesmo que ela não tenha desejado. Existem vários motivos que podem levar a mulher a fazer a entrega. Procurar conhecimento, buscar informações sobre entrega legal, não quer dizer que essa mulher será obrigada a entregar. Ela vai ter orientação e, se assim desejar, somente após o nascimento, ela vai ratificar e manter essa decisão perante o juiz, o promotor, com a assistência da defensora pública ou de um advogado. A gente fará toda a orientação dessa mulher para que ela faça uma escolha consciente.
Ainda há muita resistência, por isso buscamos trazer essa conscientização para que as pessoas saibam que a entrega, de forma responsável, com a devida orientação e apoio dos órgãos, inclusive de saúde, permite que seja feito um pré-natal adequado e que a criança não seja abandonada. Muitas vezes, a criança é criada na família, mas abandonada dentro da própria casa, sem cuidados básicos e sujeita a várias formas de violência. E isso, sim, é violência e precisa ser enfrentado pela comunidade.
A participação das casas de acolhimento também é muito importante, como o Lar Sagrada Família, que recebe crianças e irmãos adolescentes, e a Casa Lar Mista, que acolhe adolescentes. Hoje, temos também o serviço de acolhimento familiar, que busca que essas crianças sejam recebidas em uma família, conforme prioridade estabelecida pelo ECA. O município possui famílias cadastradas e informações sobre famílias acolhedoras estão disponíveis na página da Prefeitura. Caso não seja possível o acolhimento familiar, as crianças são encaminhadas para instituições, até que possamos trabalhar a possibilidade de retorno à família. Quando isso não é viável, a criança é encaminhada para adoção.”
Fabíola Carrero – Secretaria da Assistência Social
“ O Programa Entrega Consciente, enquanto iniciativa do Poder Judiciário, existe em todas as comarcas. A Secretaria de Assistência Social realiza o trabalho direto, porque, além dos programas de acolhimento, acompanhamos as famílias. Todos os serviços passam por essas proteções.
Como é um trabalho intersetorial, não pode ser feito isoladamente pelo Poder Judiciário. Hoje fizemos um trabalho de conhecimento e conscientização com a presença da Dra. Carolline, que é muito entusiasta, capacitada e competente no exercício desse trabalho. Estiveram participando profissionais de diversas áreas, para que essa conscientização chegue até a população e todos saibam orientar as famílias.
A doutora recebeu o convite através da Comissão Diocesana de Apucarana para fazer esse trabalho e nós fomos convidados junto com o Poder Judiciário, para que conheçam as portas de entrada, saibam como acompanhar e para onde encaminhar.”
Fábio de Santana – Coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida
“Nós tivemos conhecimento de que em Curitiba existia esse programa e que a experiência da entrega legal levou de duas para 47 crianças no período de três anos. A partir disso, com a autorização do Sr. Bispo, buscamos o Poder Judiciário e o Poder Público para criar esse laço, aproximar setores da sociedade e levar adiante o programa.
A Comissão Diocesana tem a finalidade de defender a vida, desde a concepção até a morte natural. Em Apucarana, a comissão paroquial está instalada no Santuário São José, ponto central de grande frequência na cidade. Estamos em diálogo com outras comunidades para expandir a iniciativa, abrangendo cidades como Jardim Alegre, Lidianópolis, Ivaiporã, Lunardelli e Arapongas, que já conta com cinco paróquias envolvidas.
No aspecto espiritual, existem grupos de intercessão que rezam pelas mães que pensam em abortar e pelas crianças, para que não sofram. Em Apucarana, o movimento do Rosário Perpétuo, na Catedral, e a Pastoral do Bebezinho, em parceria com o Hospital da Providência, oferecem doação de enxovais e assistência às mães que não têm condições econômicas.
Outras cidades também contam com roupeiros e serviços de apoio às mães e crianças. Além disso, acompanhamos leis e iniciativas judiciais, como a discussão sobre a assistolia fetal, método cruel que causa sofrimento à criança. Desenvolvemos frentes educativas, formação de pastoral de adolescentes e famílias, orientações sobre métodos contraceptivos naturais, e contamos com a participação de médicos, enfermeiros, advogados, professores e voluntários.
Convidamos toda a população a procurar suas paróquias e participar dessas iniciativas, pois cada vida salva representa um esforço significativo e contribui para a missão maior da Igreja, que é a salvação das almas.”
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