A Polícia Civil de Apucarana prendeu na segunda-feira (11) um homem de 59 anos, acusado de cometer abusos contra neta de sua amásia de 13 anos, desde que ela tinha 7 anos. A delegada da Mulher, Dra. Luana Lopes, responsável pelo caso, informou que o homem, casado com a avó da criança, aproveitava-se da ausência dos pais da vítima para praticar as agressões.
Segundo a delegada, o acusado utilizava uma estratégia de intimidação para garantir o silêncio da menina, oferecendo presentes e proferindo ameaças. “Ele alegava ter um ‘pozinho de bruxo’ capaz de matar sem deixar rastros em exames toxicológicos, o que causou grande temor na vítima”, explicou a delegada Lopes.
Os abusos ocorreram na casa da avó da menina, onde o homem residia e tinha acesso à criança. A vítima decidiu denunciar o caso a uma pessoa de confiança em sua escola, que imediatamente comunicou os pais e, em seguida, as autoridades.
Relato espontâneo da vítima revela anos de agressão
A delegada detalhou que a denúncia partiu de uma revelação espontânea feita pela menina na escola, onde ela relatou que o primeiro abuso ocorreu aos 7 anos. “Ela contou que, numa ocasião em que todos estavam na casa da avó, ele a chamou para ir até a garagem com a desculpa de fumar um cigarro e acabou praticando a violência”, relatou Dra. Luana Lopes.
A vítima também revelou que o acusado tentava manipulá-la emocionalmente, oferecendo presentes, inclusive no Dia dos Namorados, e ameaçando fazer mal a seus familiares caso ela contasse sobre os abusos. “Ela dizia que ele mencionava prejudicar a tia dela, o que a amedrontava ainda mais”, acrescentou a delegada.
Dra. Luana explicou que a coragem da menina para denunciar agora, aos 13 anos, se deu pelo acúmulo de anos de abuso e pelo desejo de romper com o ciclo de violência. “Ela chegou a comentar com uma pessoa de confiança na escola, que elaborou um relatório detalhado, o que nos permitiu prosseguir com o pedido de busca e prisão sem a necessidade de outros depoimentos especializados”, pontuou a delegada.
Investigação continua
O caso ainda está em investigação. Dra. Luana informou que a Polícia Civil também ouvirá outras pessoas da família e a companheira do acusado para aprofundar os detalhes das denúncias. “Temos informações de que ele tentou reproduzir o mesmo comportamento com outra jovem, mas ela conseguiu escapar da situação”, completou.
Com a prisão decretada, o acusado deverá ser interrogado para responder pelas acusações, e a vítima, assim como outros familiares, passará por exames e atendimentos especializados.