O caso envolvendo a filha adulta de um desembargador ganhou contornos ainda mais graves após vir a público por meio de um boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Polícia de Apucarana. No documento, ela relata ter sido vítima de violência sexual praticada pelo próprio segurança da família — alguém que, teoricamente, deveria zelar por sua integridade. A denúncia, ainda sob investigação, expõe uma ruptura profunda de confiança e um cenário de vulnerabilidade alarmante.

Em nota oficial, o magistrado — que atua em Curitiba — confirmou o início de uma gestação decorrente dos fatos narrados pela filha e divulgou o resultado dos exames médicos, que descartaram outras patologias. A manifestação pública demonstra o impacto emocional devastador que a situação provocou e reforça que a vítima, adulta, lúcida e assistida, não deve ser alvo de julgamentos indevidos.

A própria mulher, por meio de declaração divulgada pela família, expressou a dimensão emocional do episódio:

“Permaneço profundamente abalada diante dos recentes acontecimentos. No que se refere à gestação, não tenho declarações adicionais a apresentar, considerando tratar-se de um fato absolutamente inesperado e fora de qualquer antecipação possível. Estarei seguindo para Curitiba, onde passaremos a conduzir e acompanhar o caso de forma mais adequada.”

Mesmo sendo maior de idade, a violência relatada é devastadora. O trauma de um crime sexual não se limita à idade da vítima, mas abarca o impacto psicológico, emocional e social — agravado, neste caso, pelo fato de o suspeito ser alguém de confiança da família.

O desembargador afirmou ainda que não admitirá qualquer tentativa de minimizar, relativizar ou justificar a conduta denunciada. A posição é necessária e coerente: casos de violência sexual exigem firmeza, transparência e total compromisso com a verdade. Não há espaço para atenuantes.

A investigação seguirá o curso legal previsto, como determina o Estado de Direito. Contudo, as reflexões que emergem vão além da dimensão judicial: revelam falhas nas estruturas de segurança privada, a necessidade de revisão de protocolos e a urgência em fortalecer mecanismos de prevenção, especialmente em ambientes onde a confiança é absoluta.

A sociedade, por sua vez, precisa respeitar o sofrimento das vítimas adultas, que muitas vezes são expostas, julgadas e obrigadas a revisitar a dor sob um escrutínio público cruel e desnecessário.

Este caso é mais um alerta contundente: violência sexual não escolhe idade, classe social nem contexto. A responsabilidade de proteger, acolher e garantir justiça é inegociável.

Veja a íntegra da nota:

Fonte: Redação O Diário de Maringá

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