A terça-feira (09) foi marcada por um momento significativo em Arapongas, com o encerramento da mobilização dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra meninas e mulheres e o lançamento oficial da campanha Arapongas Protege Ela, iniciativa que passa a integrar as ações permanentes de conscientização e proteção no município.

Durante o evento, a GM Michele, coordenadora da Patrulha Maria da Penha, destacou a importância do ciclo que se encerra e reforçou que o trabalho não para.

“É muito importante para nós, né, um encerramento aí de um ciclo e o início de um novo ciclo, mesmo porque o nosso trabalho nunca acaba. Mas relembrando tudo o que nós fizemos durante esses 16 dias, todas as ações que foram realizadas — e não só durante esses 16 dias, mas durante todo o ano de 2025. Esse ano foi um ano de campanhas incansáveis. Logo em março, no mês das mulheres, nós já fizemos várias ações; no mês de agosto tivemos o Agosto Lilás, também com várias ações; e agora, em novembro e dezembro, os 16 dias de ativismo”, afirmou.

Michele lembrou que, apesar de datas específicas intensificarem o movimento, as atividades de conscientização permanecem constantes.
“As ações acontecem durante todo o ano: palestras, rodas de conversa, visitas em empresas, escolas, clubes de serviço, igrejas. São ações que visam levar conscientização não só para as mulheres, para conhecerem seus direitos, mas para toda a população.”

Ao ser questionada sobre o trabalho para 2026, ela reforçou que o próximo ano será ainda mais intenso.
“Com certeza. Provavelmente aumentando cada vez mais, né? Agora com a vinda da Secretaria da Mulher e outras políticas para mulheres que são implantadas sempre no município. Então, com certeza, 2026 vai ser um ano ainda mais intenso do que 2025”, concluiu a coordenadora.

Secretária Carla Nascimento destaca atuação intensa e anuncia nova lei municipal

A secretária da Mulher e PCD, Carla Nascimento, enfatizou que os 16 dias de ativismo representaram muito mais que ações simbólicas — foram dias de trabalho efetivo, acolhimento e proteção.

“Os 16 dias são uma campanha nacional e internacional, já consolidada, e nós como secretaria e como rede de proteção à mulher atuamos intensamente. Nesses 16 dias, nós abrigamos uma mulher vítima de violência, grávida de gêmeos, na nossa Casa Refúgio das Marias. Foram 16 dias intensos”, destacou.

Carla ressaltou a parceria direta com a Patrulha Maria da Penha.
“A Patrulha esteve nas ruas, nas escolas, levando informação sobre a importância de denunciar, de trazer luz ao crime e à violência, falando sobre o que está acontecendo e sobre os tipos de violência. Essas campanhas acontecem durante todo o ano em Arapongas, e nesses 16 dias foram intensificadas.”

A secretária também detalhou a nova lei municipal aprovada por unanimidade pelos vereadores, que obriga a fixação de cartazes informativos sobre violência contra a mulher nos estabelecimentos da cidade.
“Essa lei já existe no Estado e nacionalmente, e agora está em Arapongas. Ela incentiva comércios e locais públicos a fixarem cartazes com informações sobre tipos de violência, canais de denúncia e a mensagem de que o silêncio mata. Hoje lançamos a campanha Arapongas Protege Ela, e os cartazes estarão disponíveis no site da prefeitura para download em PDF.”

Para Carla, dar voz às vítimas e esclarecer a população é fundamental.
“O que fortalece o agressor é o silêncio. Quando a gente fala, quando a gente traz luz, o agressor perde sua força. É assim que vamos, de forma intencional, tentando acabar com esse tipo de violência.”

Planos para 2026 incluem CRAM, fortalecimento da rede e sala da mulher empreendedora

A secretaria, criada em agosto de 2025, vem ampliando sua atuação e já projeta ações mais robustas para o próximo ano.

“Estamos nesse primeiro momento fazendo pesquisas, idealizando e criando. E em 2026 queremos fortalecer ainda mais a rede de proteção e atendimento. Um dos nossos objetivos é criar o CRAM — Centro de Referência e Atendimento à Mulher — que vai trabalhar integrado com a Delegacia da Mulher, a Casa Abrigo e a Patrulha Maria da Penha”, explicou Carla.

Além da proteção e combate à violência, Carla destaca que a autonomia econômica também é uma forma de fortalecer mulheres.
“Nós teremos no Paço Municipal uma sala da mulher empreendedora, um espaço para que ela tenha mais autonomia na sua vida. Vamos fortalecer as políticas públicas para a mulher araponguense, tanto na proteção quanto no protagonismo.”

Com o encerramento da mobilização e o lançamento da nova campanha, Arapongas reforça seu compromisso em ampliar políticas de enfrentamento à violência e garantir novos espaços de acolhimento e empoderamento para as mulheres da cidade.