A diarista Gisele Heloísa Alves Silva, de 29 anos, que havia desaparecido no último dia 6 de maio após sair de Goianira (GO) para trabalhar, foi localizada pela polícia neste sábado (10), durante uma blitz na região de Itumbiara, no sul de Goiás. Segundo a Polícia Civil e a Polícia Militar, a mulher estava em um caminhão a caminho de Palmas (TO), para onde seguia de carona.
Durante as investigações, os policiais descobriram que Gisele havia trocado o chip do celular e utilizava um novo número. O aparelho permanecia ativo, com acesso às redes sociais. As autoridades acreditam que ela sabia que estava sendo procurada.
“Ela provavelmente descartou o chip antigo e seguia com um novo número. Acreditamos que tinha consciência da situação”, informou a polícia.
Conforme apurado, Gisele embarcou inicialmente em um ônibus de Aparecida de Goiânia com destino a Guarulhos (SP), mas desceu em Santos. Lá, conheceu um caminhoneiro e pediu carona até Palmas.
O caminhão foi interceptado nas proximidades da BR-153 com apoio do Comando de Policiamento Especializado (CPE). Aproximadamente 160 agentes participaram das buscas, iniciadas na quarta-feira (7).
As autoridades também descartaram qualquer hipótese de violência doméstica. O marido da diarista não possui antecedentes desse tipo, e Gisele negou ter sofrido agressões.
“Não tem nenhuma relação com violência doméstica. Conversamos com ela e descartamos essa hipótese”, reforçou a polícia.
A família havia registrado o desaparecimento no dia 6 de maio. Gisele foi localizada quatro dias depois, viajando na boleia do caminhão.
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (12), a delegada responsável pelo caso, Carla de Bem, afirmou que a mulher agiu por conta própria. “Ela não foi obrigada a nada. Ninguém a sequestrou, extorquiu ou forçou a desaparecer.”
Segundo a delegada, Gisele estava bastante endividada há meses e chegou a contrair dívidas até com o próprio marido. “Ela ficou sem saber o que fazer, entrou em desespero e decidiu fugir, sair de Goiás.”
Ainda conforme a investigação, Gisele saiu de casa com dinheiro em espécie, que utilizou para pagar corridas por aplicativo e diárias de hotel. Após desembarcar em Guarulhos, seguiu para Santos, sem intenção de informar a família.
“Ela não queria nem que avisássemos os parentes. Disse estar envergonhada e sem saber que atitude tomar. No fim, concordou que chamássemos os pais. O pai dela foi até a delegacia buscá-la. Durante as oitivas, ela manifestou o desejo de não permanecer em Goiás”, revelou a delegada.
Sobre o fato de ter deixado a filha para trás, a polícia explicou que não se configura abandono de incapaz, uma vez que a criança ficou sob os cuidados do pai, que também detém responsabilidade legal.
Diante da inexistência de crime, a delegada adiantou que solicitará o arquivamento do inquérito policial.