As crianças autistas têm direitos garantidos por legislações específicas, como a Lei Berenice Piana e a Lei Romeo Mion, que asseguram a inclusão escolar e o acompanhamento especializado. Esses direitos visam garantir que crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tenham acesso a um ambiente educativo adequado, com profissionais preparados e suporte necessário para seu pleno desenvolvimento. O respeito à individualidade e a oferta de condições de aprendizagem inclusivas são fundamentais para que todas as crianças, independentemente de suas necessidades, possam usufruir de uma educação de qualidade e dignidade.

Segundo uma professora, encaminhou carta à reportagem do Portal 38 News, professores da rede municipal de Apucarana se manifestaram nesta semana em resposta às declarações sobre a educação e o atendimento prestado pela administração pública. Em uma carta aberta, os educadores destacaram a discrepância entre o discurso da gestão municipal e a realidade enfrentada nas unidades escolares.

“Eu não sei como podem falar que nós somos mentirosas. Eu estava no curso e a professora que estava palestrando, que deu o curso para nós sobre autismo, falou que, para ter um apoio ou acompanhamento, a criança tem que morder ou estar mordendo alguém. Fora isso, não tem como ter um apoio, porque existem mais de 400 alunos autistas na rede municipal. Então, não há professor de apoio para os 400 alunos autistas. Só aqueles que estiverem mordendo ou se mordendo, se machucando ou machucando alguém.”

Um dos principais pontos de insatisfação é a atuação de uma servidora da AME GAP, que, segundo os relatos, nunca teria trabalhado em uma sala de aula de CMEI e, ainda assim, tem demonstrado postura inadequada e falta de acolhimento ao lidar com professores que buscam informações sobre o apoio aos alunos com laudo. Os educadores lembram que esse suporte é um direito garantido por leis como a Lei Berenice Piana e a Lei Romeo Mion, que asseguram a inclusão e o acompanhamento adequado de crianças com necessidades especiais. Os pais dos alunos com laudo podem realizar protocolo no Ministério Público para que a lei seja cumprida.

Além disso, os professores denunciam que a servidora tem tratado os profissionais de maneira arrogante e desrespeitosa, em contradição com a política de acolhimento defendida publicamente pela gestão municipal. Outro ponto de crítica é o fato de que, há 22 anos, essa profissional ocupa cargos de destaque sem jamais ter atuado diretamente em um CMEI ou vivenciado a realidade das crianças.

Diante dessa situação, os educadores cobram providências do prefeito Rodolfo Mota e exigem que a administração municipal assegure o respeito e a dignidade dos profissionais da educação, além de garantir o cumprimento das leis que asseguram uma educação inclusiva e de qualidade. Também exigem que seja garantido um tratamento digno aos trabalhadores da área.

A manifestação dos professores reforça o descontentamento da categoria com a atual gestão de Rodolfo Mota e expõe um problema recorrente nas escolas municipais: enquanto o discurso de melhorias é constante, a realidade nas instituições de ensino segue marcada por dificuldades que comprometem o bom atendimento e o ambiente de trabalho.

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