Corpo foi removido há pouco; caso chamou a atenção

O velório de dona Neuza Maria de Souza, de 63 anos, foi interrompido nesta quinta-feira (29) para que o Instituto Médico Legal (IML) realizasse a retirada do corpo na Capela Mortuária de Apucarana. A medida, determinada pela Polícia Civil, chamou a atenção e causou comoção entre os familiares e amigos presentes.

Dona Neuza foi vítima de um grave acidente ocorrido no dia 3 de abril de 2025, na Rua Fausto Pio Miranda, no Jardim Aeroporto, em Apucarana. Na ocasião, houve uma colisão entre um Toyota Corolla e um Ford Ka, seguida do atropelamento da idosa.

O Ford Ka era conduzido por um homem de 62 anos, enquanto o motorista do Corolla fugiu do local, abandonando o veículo. A Polícia Militar foi acionada e registrou o boletim de ocorrência.

Devido à gravidade dos ferimentos, dona Neuza foi socorrida por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), precisando ser intubada antes de ser encaminhada ao Hospital da Providência, onde permaneceu internada até o dia 28 de maio, quando faleceu.

O Delegado-Chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana, Dr. Marcus Felipe, explicou os motivos que levaram à remoção do corpo diretamente da capela mortuária:

“A Polícia Civil já tinha tomado conhecimento desse acidente que ocorreu no início do mês de abril, mais precisamente no dia 3 de abril deste ano, quando houve, na verdade, uma batida entre dois veículos: o veículo Corolla e o Ford Ka, ali no Jardim Aeroporto, aqui na cidade de Apucarana.

Com essa batida entre os veículos, uma senhora de 63 anos, dona Neuza, acabou sendo atingida. Na ocasião, ela foi hospitalizada, encaminhada ao Hospital da Providência, onde estava internada até a presente data.

Nós, da Polícia Civil, instauramos o procedimento competente para apurar a autoria, a responsabilização por essa, até então, lesão causada à dona Neuza.

Só que, hoje, nós tomamos conhecimento de que ela veio a falecer. Ocorreu, na ocasião, uma falha de comunicação entre o Hospital da Providência e a Polícia Civil: nós não fomos avisados do falecimento dela, e eles já estavam encaminhando e liberaram o corpo para o sepultamento.

Só que toda morte decorrente de acidente, suicídio, crime — essa espécie de morte que a gente chama de morte violenta —, a Polícia Civil tem que requisitar o exame de necropsia, indispensável para instruir o nosso procedimento policial.

Quando nós tomamos conhecimento do falecimento dela, ela, infelizmente, já estava junto aos seus familiares, aqui na Capela de Apucarana, sendo velada. Mas não havia outra alternativa a não ser fazer contato com a Polícia Científica, e solicitar à Polícia Científica, especificamente ali ao Instituto Médico Legal, que fosse até o local para poder fazer a retirada do corpo da dona Neuza e, aí sim, submetê-la ao exame médico-legal, para que a gente possa ter esse laudo do exame de necropsia, até para entender se o óbito dela foi decorrente ou não do acidente de trânsito — o que muda, inclusive, a tipificação do responsável pelo acidente.

Até então, ele poderia responder por uma lesão corporal culposa no trânsito. Isso pode já alterar, inclusive, para um homicídio culposo no trânsito. Só que a gente precisa desse laudo pericial.

Então, infelizmente, nós tivemos que fazer ali a interrupção desse ato, do velório da dona Neuza. O corpo foi encaminhado ao IML e, posteriormente, vai ser devolvido para que a família possa finalizar o velório e providenciar o enterro e o sepultamento da dona Neuza.”

A Polícia Civil aguarda agora o resultado do exame de necropsia para confirmar se o óbito teve relação direta com o acidente de trânsito. Caso seja comprovado, o enquadramento penal do responsável poderá ser alterado, de lesão corporal culposa para homicídio culposo no trânsito.

O caso segue sob investigação pela 17ª SDP de Apucarana.

ACIDENTE

Pedestre intubada após atropelamento em Apucarana; motorista foge do local

 

Siga-nos nas redes sociais:

Compartilhe: