As fortes chuvas registradas ao longo desta semana em Apucarana voltaram a causar transtornos na cidade, com alagamentos, quedas de árvores, de muros e prejuízos a moradores.
Neste domingo (14), uma residência localizada na Avenida Aviação foi novamente invadida pela água, repetindo a situação já enfrentada na última terça-feira, em meio a um volume de chuva considerado atípico para o município.
O prefeito de Apucarana, Rodolfo Mota, esteve no local e destacou que a cidade vem enfrentando desafios cada vez maiores provocados pelas mudanças climáticas. Segundo ele, o volume de chuva registrado em um curto intervalo de tempo não era comum na região. “É muita chuva nesta semana, na terça-feira e novamente agora no domingo, desde o início da madrugada. É um tipo de chuva que os antigos não estavam acostumados a ver. A maneira de reagir a esses desafios da natureza está mudando”, afirmou.
O prefeito relembrou que, na sexta-feira à noite, houve queda de várias árvores na região do Pirapó e que, no sábado, equipes da Prefeitura trabalharam o dia inteiro na remoção, o que acabou causando danos a estruturas públicas como o campinho e o ginásio do Caveirão, que ficaram parcialmente destelhados. Ele ressaltou que as secretarias de Serviços Públicos e de Obras estão mapeando pontos de alagamento e galerias obstruídas, mas reconheceu que os eventos climáticos têm sido cada vez mais intensos. “A natureza vem sem dó, sem piedade. Está mudando muito rápido. Estamos tendo temporais praticamente todo mês, com ventos fortes, destelhamentos e quedas de árvores”, pontuou.
Rodolfo Mota também destacou o trabalho de organização da Defesa Civil desde o início da atual gestão, com a aquisição de equipamentos e a estruturação dos canais de emergência, mas reforçou que será um desafio não apenas para Apucarana, como para municípios de todo o país. Em relação ao caso da Avenida Aviação, o prefeito afirmou que a Prefeitura irá notificar a empresa Rumo para buscar uma solução definitiva para o problema de drenagem na área. “Não dá para ficar desviando a água de um lado para o outro. Vamos chamar a empresa para resolver isso junto com a Prefeitura, porque não queremos que ninguém mais sofra esse tipo de prejuízo”, concluiu.
A moradora da residência atingida, Rosana de Freitas Machado, de 60 anos, relatou os momentos de tensão vividos nos dois episódios de alagamento. Segundo ela, na terça-feira a chuva forte derrubou o muro dos fundos da casa, permitindo a entrada da água durante a madrugada. “A vizinha me ligou dizendo que a água já estava chegando na cama. Quebrou o muro do lado, molhou sofá, geladeira, freezers da sorveteria, guarda-roupa, roupas, compras, molhou tudo”, contou.
Rosana afirmou que, após o primeiro episódio, a Prefeitura esteve no local para avaliar a situação, mas neste domingo a água voltou a invadir completamente a residência. Em meio aos prejuízos, ela destacou que enfrenta um tratamento de quimioterapia há três meses, o que torna a situação ainda mais delicada. “A gente não tem sossego nem para ficar doente. A imunidade está baixa, não pode pegar friagem. Graças a Deus, Ele preparou anjos. Na terça e hoje os vizinhos vieram ajudar, senão a gente estava perdido”, relatou.
Moradora do imóvel há cerca de 30 anos, Rosana disse que nunca havia enfrentado uma situação semelhante. Além da casa, a sorveteria de sua propriedade, localizada em frente à residência, também sofreu danos com a água, que chegou a arrastar equipamentos. Apesar do cansaço e da preocupação, ela destacou a solidariedade recebida. “Os mesmos anjos que Deus preparou para socorrer estão ajudando na limpeza agora”, afirmou.
A Prefeitura informou que seguirá acompanhando o caso e que novas medidas devem ser adotadas assim que as condições climáticas permitirem intervenções no local.




