Uma carreata realizada na manhã desta sexta-feira (22), na Praça Rui Barbosa, em Apucarana mobilizou moradores, autoridades e representantes da comunidade em defesa da APAE e contra a possibilidade de fechamento das escolas especializadas do Paraná, em função da ADI 7796. O movimento busca conscientizar a sociedade sobre a importância do atendimento especializado para crianças e adultos com deficiência, além de pressionar para que o STF reveja a ação.
O presidente da Câmara Municipal de Apucarana, Danylo Acioli, manifestou seu apoio total ao movimento:
“Alegria poder falar com vocês e dizer que a Câmara Municipal de Apucarana se manifesta, a Câmara Municipal de Apucarana apoia a causa da APAE, e eu em especial, que fui o autor da moção que defende a manutenção das APAEs, deixar a APAE aberta, e contra as APAEs é ir contra a cidadania, contra a dignidade, contra o bom senso, e na contramão do atendimento àqueles que mais precisam. Então quero dizer o seguinte, fui o autor da moção que defende a APAE, conseguimos verba para a APAE recentemente, para cuidar da fisioterapia, da neuromodulação das crianças, e nós somos contrários a qualquer movimento que quer fechar a APAE. Nós já mandamos ao STF a nossa manifestação, junto com quase todas as câmaras do estado do Paraná, nós somos contra qualquer fechamento das APAEs no estado do Paraná em qualquer lugar, porque as APAEs cuidam de milhares de famílias no estado do Paraná e não tem a menor condição de você pegar essas crianças que estão na APAE, em Apucarana, cerca de 400 crianças e adultos atendidos, jogar elas, porque o que esse pessoal que ingressou com a ação quer é jogar essas pessoas nas escolas, nas escolas comuns, nas escolas ordinárias do município, e as fatalidades vão acontecer. Nós não somos contra isso, não vivemos na utopia, não vivemos no mundo da ilusão. Nós vivemos num mundo em que nós sabemos que a APAE faz, fez e ainda fará muito por todos aqueles que mais precisam. O STF tem a chance de fazer justiça social dessa vez. O STF pode evitar gerar desigualdade, desrespeito à dignidade e gerar problemas severos e irreversíveis com o fechamento da APAE. Nós acreditamos no bom senso dos ministros, mas, obviamente, agora eles estão vendo uma movimentação no estado do Paraná, de toda a classe política, de todas as famílias envolvidas. E é isso, é com a força de muitos que nós vamos conseguir evitar o fechamento da APAE. A Assembleia Legislativa, a pessoa do Alexandre Curi, já esteve lá no STF, e nós estamos tentando diligenciar, conseguir uma reunião também, representando as câmaras do Estado do Paraná, para mencionar a importância e a realidade do que são as APAEs aqui no Estado do Paraná. Tem que começar a conhecer o chão de sala. Não dá para ficar só lendo o livro e esquecer da realidade do dia a dia.”
A diretora da APAE de Apucarana, Izabel Ortega, que esteve à frente da carreata, destacou a importância do movimento:
“Pois é, as APAEs, falando especificamente das APAEs, das escolas especializadas das APAEs, nós temos um movimento que é histórico no Paraná, e no Brasil também. E agora existe aí uma ADI 7796, que se aprovada, ela tira os recursos que as escolas especializadas recebem. Tirando esses recursos, o que ocorre, todas as escolas serão fechadas. O objetivo que dizem que essa ação deve ocorrer é porque as escolas especializadas não fazem inclusão. Mas eu pergunto para essas pessoas, vocês conhecem a APAE? Vocês conhecem as especificidades que nós temos na APAE? Vocês conhecem quantos já foram inseridos no mercado competitivo de trabalho? Vocês conhecem quantos já foram inseridos na rede regular de ensino? Vocês conhecem quantos já falaram ali dentro que não tinham fala? Vocês conhecem quantos andam ali que não andavam? Vocês conhecem quantas famílias já foram beneficiadas pelo tratamento das escolas especializadas? Por que se levantar contra aquilo que está dando certo? E é por isso que está acontecendo esta carreata, para que isso não ocorra e dê mais força para que o STF possa ter mais flexibilidade nessa situação. Também para que toda a comunidade saiba o que está acontecendo. É necessário conscientizar a comunidade. E é isso que nós estamos fazendo, conscientizando a comunidade apucaranense. O momento que nós estamos vivendo é um momento de desafio, momento de guerra, momento de luta, e nós estamos lutando para não fechar as escolas especializadas do Paraná.”
O vereador Guilherme Livoti ressaltou que a cidade não aceita o fechamento das APAEs:
“Isso mesmo, Apucarana mostrou nessa sexta-feira de manhã que nós não aceitamos o fechamento das APAEs, que nós somos contra a DI 7796. As APAEs fazem um serviço brilhante, com propósito, com carinho, com amor, com as crianças com deficiência aqui na nossa cidade, no nosso estado e em todo o Brasil. E nós não vamos aceitar que uma ação de inconstitucionalidade feche e pare esse atendimento que é feito com as crianças aqui na nossa cidade. Essa ADI visa transformar as APAEs que hoje são escolas apenas em centros de apoio, o que não é a realidade. Colocar essas crianças dentro das escolas municipais, estaduais, não vai trazer inclusão, não vai conseguir fazer com que elas tenham o atendimento que elas têm hoje na APAE. Tanto é prova disso que os pais e mães escolhem colocar os seus filhos nas APAEs porque sabem que lá eles vão ter o melhor tratamento. E aqui em Apucarana nós precisamos reconhecer o trabalho de todos os colaboradores da APAE, em nome do presidente Luiz Fernando, da diretora Maria Isabel, que fazem um trabalho excepcional com as nossas crianças. Nós não vamos permitir, contem sempre com a gente, com a nossa força política também, para impedir que situações como essas aconteçam. Nós temos que defender quem faz o trabalho sério aqui na nossa cidade, no nosso país, e as APAEs são um exemplo, e a gente sempre vai estar em defesa das APAEs.”
O presidente da APAE de Apucarana, Luiz Fernando Frias, explicou os impactos da ADI e a importância do atendimento especializado:
“Com certeza, a gente está fazendo esse movimento hoje, durante a Semana Nacional das Pessoas com Deficiência Múltipla e Intelectual, para esclarecer essas questões dessa DI que está sendo tratada lá em cima, que querem acabar com que a APAE seja escola. Eles querem que a APAE seja apenas um centro de apoio a essas pessoas com deficiência. Isso é um absurdo, isso jamais pode acontecer, porque hoje a gente tem na APAE 460 crianças matriculadas e elas têm um tratamento diferenciado, tratamento esse que jamais vai existir nas escolas normais para esse tipo de deficiência que essas crianças possuem. Sem contar também que a APAE faz todo esse trabalho, principalmente com crianças autistas, vendo o laudo, fazendo todo o mapeamento do grau do autismo que as crianças necessitam. Uma escola talvez, uma rede, não teria todo esse tratamento. Com certeza, não tem todo esse know-how que a APAE tem. Os profissionais que a gente tem, o número de crianças por sala de aula na APAE hoje é de 12 a 13 crianças e tem dois profissionais para cuidar, às vezes até três profissionais em cada sala de aula, para poder dar conta de fazer um atendimento de excelência. Sendo que nas escolas normais, você imagina colocar essas crianças junto com mais 30 crianças, falam que é inclusão, mas não é, a gente não vai conseguir fazer. Vai atrapalhar as crianças que estão lá, e também as crianças que têm uma certa deficiência não vão conseguir ter o mesmo atendimento porque as escolas não estão preparadas para essa função.
A carreata reuniu centenas de pessoas e reforçou o engajamento da comunidade e das autoridades locais em defesa das APAEs, destacando a necessidade de preservar o atendimento especializado e os direitos das crianças e adultos com deficiência em Apucarana e em todo o Paraná.
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