Adan Lenharo (DC), Luciano Facchiano (Agir) e Luiz Vilas Boas (PDT) poderiam perder suas cadeiras, dando lugar a Odarlone Orente (PT), Lucas Leugi (PSD) e GM Pablo (Cidadania).
O Portal 38 News teve acesso ao depoimento de Shirley Olivieri, candidata a vereadora pelo Democracia Cristã (DC) em Apucarana, nas eleições municipais de outubro de 2024. Aos 66 anos, Shirley confessou ao juiz eleitoral Rogério Tragibo de Campos e ao promotor eleitoral Gustavo Marcel Fernandes Marinho que sua candidatura foi apenas figurativa e que nunca realizou campanha. Segundo ela, o partido lhe garantiu que “não precisava fazer nada”.
O depoimento nesta sexta-feira (07) foi dado no âmbito da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), protocolada em 13 de novembro de 2024 por Damarli Guarnieri, candidata a vereadora pelo PT. A ação alega fraude na cota de gênero, apontando que Shirley e outra candidata do DC, que obteve apenas 13 votos, foram inscritas apenas para cumprir a exigência legal de participação feminina no pleito.
Caso a Justiça Eleitoral confirme a fraude e anule os votos do DC, a composição da Câmara Municipal pode sofrer alteração. Adan Lenharo (DC), Luciano Facchiano (Agir) e Luiz Vilas Boas (PDT) poderiam perder suas cadeiras, dando lugar a Odarlone Orente (PT), Lucas Leugi (PSD) e GM Pablo (Cidadania).
Trechos do Depoimento
Shirley relatou que, no início, não entendia o que era a cota de gênero e aceitou ser candidata sem saber que isso poderia configurar fraude. Em seu depoimento ao promotor, ela explicou:
“Se eu soubesse, jamais teria aceitado. Eu não fiz campanha, não pedi votos e ninguém sabia que eu era candidata. Apenas emprestei meu nome.”
Ela também revelou que, antes de confessar a verdade, sofreu pressão para manter a versão de que teria participado da campanha:
“Fui orientada a dizer que fiz campanha. Disseram que se eu falasse a verdade, eu ia ser punida. Mas eu não queria mentir. Que exemplo eu ia passar para meu neto recém-nascido?”
No interrogatório do juiz eleitoral Rogério Tragibo de Campos, Shirley ainda mencionou que algumas pessoas ligadas ao partido fizeram campanha em seu nome sem seu conhecimento:
“Meu tio Sebastião Martins disse que entregou santinhos, mas eu mesma nunca fiz campanha.”
Impacto e Repercussão
O caso de suposta fraude na cota de gênero vem ganhando destaque na Justiça Eleitoral em diversas cidades do país, resultando na anulação de votos e na reformulação de bancadas legislativas. Em Apucarana, o julgamento dessa ação pode definir um novo quadro político na Câmara Municipal, alterando a composição de vereadores eleitos.
A Justiça Eleitoral deve analisar as provas e depoimentos antes de tomar uma decisão definitiva sobre o caso. Se confirmada a fraude, poderá haver a retotalização dos votos, mudando o resultado final das eleições municipais de 2024.