A Câmara Municipal vota, na noite desta segunda-feira (12), um projeto de lei que tem gerado debates e grande expectativa: a proposta proíbe a contratação de artistas com recursos públicos caso suas apresentações façam apologia às drogas ou ao crime organizado.

O autor do projeto, vereador Paulo Grassano, comentou a importância da matéria durante entrevista ao repórter André Garcia do Canal 38.

“Olá a todos e todas as pessoas que acompanham o Canal 38, obrigado pela oportunidade de estar falando a respeito desse projeto, que para mim é muito importante. Ele é super simples, nós temos visto nos últimos anos uma crescente muito grande, através das músicas principalmente, da apologia e do incentivo ao uso de drogas e ao crime organizado”, iniciou Grassano.

O parlamentar destacou a influência das letras musicais sobre os jovens e crianças. “A gente sabe que hoje o jovem e a criança, eles são muito movidos àquilo que chega para eles. Então eu falo que a criança e o adolescente, ele é uma esponja. Ele retém tudo, o que é bom e o que é ruim.”

Sobre o conteúdo do projeto, Grassano explicou: “Esse projeto visa que a prefeitura não pode contratar artistas que façam o uso de apologia às drogas e ao crime organizado nas suas apresentações.” E reforçou que não se trata de censura: “Eu acho que algumas pessoas não entenderam muito bem o projeto. Disseram que é um projeto contra a arte, contra a censura. Na verdade, eu deixo bem claro que muitos grupos e muitos cantores falam da realidade da periferia, e eu acho que isso é muito legal colocar. Tem que colocar mesmo que na periferia tem droga, tem que colocar mesmo que na periferia tem assalto, ou que na periferia tem situações ruins.”

Entretanto, o vereador ponderou: “Porém, a gente não pode romantizar o crime, porque o jovem ele vai estar escutando que ele vai estar pensando o seguinte: ‘Poxa espera aí, é melhor eu trabalhar ou é melhor eu ir para o mundo do crime?’ Então, esse é o nosso interesse.”

O projeto será votado em primeira discussão. “Vai ser votado hoje em primeira votação e eu entendo que nós precisamos preservar os nossos jovens. Nós precisamos realmente dar pra eles o melhor conteúdo possível”, afirmou.

Grassano também reafirmou seu apoio à cultura e à arte local. “Não sou contra a arte, pelo contrário, sou muito a favor. Parabenizo o trabalho que a Édina Kümmel como vice-prefeita, junto com o Pedro Ziroldo como secretário, têm feito resgatando, né, inclusive eu vou apoiar um evento que vai ter em outubro, a semana do hip hop.”

E concluiu: “Sou a favor. Eu acho que a gente precisa continuar resgatando a arte, principalmente dos bairros da periferia. Mas não podemos fazer nenhum tipo de apologia às drogas, principalmente com dinheiro público.”