A sessão da Câmara Municipal de Apucarana, realizada na noite de terça-feira (11), foi marcada por tensão e protestos. O vereador Wellington Gentil, da base do prefeito Rodolfo Mota, decidiu retirar um requerimento que questionava a prefeitura sobre o período de férias escolares das creches e CMEIs da cidade. A proposta gerou indignação entre professores, que temiam uma possível redução do período de descanso.
Apesar da retirada, o vereador Guilherme Livoti se posicionou contra a exclusão da pauta e insistiu no debate, sendo fortemente vaiado por servidores presentes na sessão. “Foi uma sessão muito importante, onde destaco a realização no período noturno, permitindo maior participação popular. Sobre o requerimento, houve uma interpretação equivocada por parte de algumas pessoas e do sindicato. Votei contra a retirada porque defendo meus princípios e valores, independentemente de vaias ou protestos”, declarou Livoti.
Já Wellington Gentil afirmou que foi mal interpretado e retirou a proposta após conselho do presidente da Câmara. “O requerimento tinha o objetivo de obter informações sobre eventuais planos da prefeitura para atender crianças cujos pais trabalham durante as férias escolares. Não havia qualquer menção à obrigatoriedade para os professores”, justificou o vereador.
Durante o debate, Livoti teria feito declarações contra grupos de esquerda, afirmando não temer a “esquerda tendenciosa que insiste em atrapalhar a sessão”. A fala inflamou ainda mais os ânimos dos manifestantes, que o vaiaram intensamente.
Segundo um professor presente, o episódio foi um “tiro no pé” para os vereadores da base do prefeito envolvidos. “Mesmo após a retirada do requerimento, Livoti insistiu em discutir o tema. Eles precisam aproveitar esse tempo porque será o único mandato deles”, criticou a professora.
A polêmica segue repercutindo nos bastidores políticos e entre os profissionais da educação.
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