Uma advogada de Sarandi foi presa nesta quinta-feira (13) durante uma operação que investiga o uso da atividade profissional para levar celulares a integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em presídios da região de Maringá. A ação, batizada de Operação Parlatório, foi conduzida pelo Gaeco de Maringá.
De acordo com informações, a profissional é investigada por possíveis crimes como participação em organização criminosa, entrada ilegal de aparelhos telefônicos em estabelecimentos penais e lavagem de capitais. A prisão ocorreu junto ao cumprimento de sete mandados de busca e apreensão e sete mandados de busca pessoal nas cidades de Maringá, Sarandi, Paiçandu e Paranavaí.
Durante as diligências, também foi detido um homem suspeito de envolvimento com tráfico de drogas. A operação teve apoio da Polícia Penal do Paraná e contou com acompanhamento da direção da Penitenciária Estadual de Maringá, além de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A advogada ficará presa temporariamente por 30 dias, prazo que pode ser prorrogado. Após tomar conhecimento da prisão, a OAB determinou a suspensão preventiva da profissional.
As investigações começaram em setembro deste ano após uma denúncia feita à direção da Penitenciária Estadual de Maringá. No levantamento inicial, foram identificados indícios de que a advogada cobrava valores para realizar a entrega de telefones celulares a detentos da facção criminosa.
Imagens de câmeras de segurança analisadas durante a investigação mostram que a entrega dos aparelhos era realizada no parlatório, área reservada à comunicação entre presos e seus advogados. Há indícios de que o esquema ocorria há algum tempo, de maneira sistemática.
A suspeita é de que esses aparelhos eram utilizados para facilitar a comunicação entre integrantes da organização criminosa dentro e fora do presídio, possibilitando a manutenção de vínculos e o planejamento de novas ações criminosas.
As investigações continuam sob responsabilidade do Ministério Público.