Imagem por: Jonatam Battista/Canal 38

O processo de construção do Código de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência em Apucarana deu um importante passo na noite desta sexta-feira (11), com a realização de uma audiência pública promovida pela Câmara Municipal.

A proposta da audiência foi ouvir diretamente da população e das entidades que atuam na área da inclusão quais são os desafios enfrentados e as soluções possíveis para garantir direitos e oportunidades a todos.

O evento contou com a presença de representantes de diversas instituições e conselhos municipais, entre eles a Associação dos Pais e Amigos dos Autistas Apucaranenses (Amaa), Associação DownLoad, Federação Paranaense de Síndrome de Down, Casa do Dodô, Pastoral dos Surdos, Instituto dos Cegos, Associação dos Deficientes de Apucarana (Adefiap), Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Conselho Municipal de Saúde, Conselho Municipal de Assistência Social, Núcleo Regional de Educação (NRE), entre outros.

Representando a Adefiap, a vice-presidente Eidiana Cristina trouxe um relato contundente sobre as dificuldades enfrentadas diariamente por pessoas com deficiência no município, principalmente no que diz respeito à acessibilidade e à inclusão no mercado de trabalho.

“É uma audiência muito importante. Eu acho que vai trazer grandes benefícios para a pessoa com deficiência. É uma luta nossa constante. Não é uma luta de hoje, já é uma luta de anos. As pessoas com deficiência vêm enfrentando os desafios na cidade de Apucarana”, afirmou Eidiana.

Ao comentar sobre a atuação da Adefiap, ela destacou o principal problema relatado por seus membros. “Na Adefiap, a grande e maior dificuldade é a falta de acessibilidade. A falta de inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, porque eles querem cumprir a lei, mas eles não preparam a empresa para receber as pessoas com deficiência. A empresa precisa estar preparada para receber uma pessoa. Muitas vezes eles ligam para nós: ‘ah, eu preciso de uma pessoa com deficiência’, mas já dizem ‘não mandem cadeirante porque aqui não tem acessibilidade’. Então, como que uma empresa pede uma pessoa PCD se a própria empresa não tem acessibilidade?”, questionou.

Ela também comentou sobre os avanços em relação à estrutura urbana da cidade. “Hoje, nós estamos no início de uma conversa com a equipe de engenharia da prefeitura para regularizar as calçadas do município. A gente sabe que não são poucas, são muitas, mas essa abertura nós já tivemos. Coisas que nós não tínhamos ano passado.”

A audiência pública reforça o compromisso do legislativo de Apucarana em desenvolver, com participação popular, um Código que de fato atenda às necessidades reais das pessoas com deficiência. Nos próximos 30 dias, a Câmara manterá um canal aberto para o recebimento de sugestões da população para a formulação do projeto.

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