O prefeito Rodolfo Mota afirmou que a administração anterior enganou a população de Apucarana ao alegar que o hospital estava pronto, em funcionamento e atendendo. “Isso é uma mentira. Prova disso é que, hoje, dia 28 de março, estamos recebendo as chaves deste prédio de maneira definitiva”, declarou o prefeito. A empresa que iria gerir o hospital foi obrigada a desocupar o prédio no último dia 6 de março, sob a justificativa de que eram necessárias obras que poderiam colocar os trabalhadores em risco. No entanto, apenas 22 dias depois, o prefeito recebeu a obra.
O prefeito Rodolfo Mota também não mencionou se a empresa S3 Gestão em Saúde, vencedora da concorrência para administrar o Hospital Municipal de Apucarana, irá de fato assumir a gestão, se as supostas irregularidades mencionadas anteriormente serão investigadas ou se, após reuniões, não há mais nada a ser verificado, conforme também havia sido afirmado sobre a obra.
A Prefeitura de Apucarana recebeu oficialmente, nesta sexta-feira (28), as chaves do prédio reformado que abrigará o Hospital Municipal. A entrega foi realizada pela construtora Termale, de Curitiba, após 22 meses de obras e um investimento total de R$ 26 milhões, sendo R$ 21 milhões de recursos municipais e R$ 5 milhões provenientes de emendas parlamentares dos deputados estaduais Adilson Chiorato e da deputada Gleisi Hoffmann.
A cerimônia de recebimento das chaves contou com a presença do prefeito Rodolfo Mota, do vice-prefeito Marcos da Vila Reis, do secretário municipal de Saúde, Dr. Guilherme de Paula, do presidente da Câmara de Apucarana, Danylo Acioli, do deputado estadual Do Carmo, além de engenheiros da Secretaria de Obras e representantes da administração municipal.
Vistoria antes da inauguração
Durante o evento, o prefeito Rodolfo Mota enfatizou a necessidade de uma vistoria técnica minuciosa antes do início dos atendimentos à população. Segundo ele, técnicos da Caixa Econômica Federal serão contratados para verificar se tudo o que foi contratado e pago foi devidamente executado pela construtora.
“Agora, com a entrega definitiva das chaves, nossa equipe de engenharia fará uma vistoria detalhada para garantir que todos os serviços foram concluídos conforme previsto. Também realizaremos testes operacionais de equipamentos e infraestrutura, como tubulações, ar-condicionado e redes elétricas”, afirmou Mota.
“Então, essa é uma etapa importante, uma etapa que queimaram, uma etapa que pularam, enganaram a população de Apucarana, dizendo que isso estava pronto e que isso era um hospital e que estava atendendo e que funcionava. Mentira. Tanto é mentira que hoje, dia 28 de março, nós estamos recebendo as chaves desse prédio de maneira definitiva”.
Modelo de gestão ainda indefinido
Apesar da entrega do prédio, Rodolfo Mota não esclareceu se a empresa A S3 Gestão em Saúde, vencedora da licitação para administrar o hospital, continuará à frente da gestão ou se haverá uma nova análise sobre supostas irregularidades mencionadas no processo. Não foi informado, também, quando o hospital começará a operar.
Repercussão
O presidente da Câmara Municipal, Danylo Acioli, celebrou a entrega da obra e destacou a importância do hospital para a cidade. “É uma vitória para Apucarana. Nosso objetivo era que o hospital começasse a funcionar, e agora a Prefeitura pode dar os próximos passos legais. Com isso, a audiência pública que havíamos convocado para discutir o andamento da obra perde o objeto.”
Já o engenheiro Mateus Franciscon Fernandes ressaltou a necessidade de testes operacionais antes da abertura ao público. “Ainda precisamos avaliar o funcionamento de sistemas como tubulação, energia, esgoto e abastecimento de água. A obra foi executada pela Secretaria de Obras, com acompanhamento contínuo, mas só após esses testes poderemos garantir a plena funcionalidade do espaço.”
O Hospital Municipal de Apucarana conta com uma área de aproximadamente 4 a 5 mil metros quadrados, distribuídos em três pavimentos. A expectativa é que, após os trâmites técnicos e administrativos, o espaço possa ser utilizado para melhorar o atendimento de saúde na cidade. No entanto, a população segue sem uma data definida para o início das atividades.