Na quinta-feira (13), o ex-policial penal Jorge José da Rocha Guaranho foi condenado a 20 anos de prisão pelo homicídio do guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo Arruda. O julgamento, realizado no Tribunal do Júri de Curitiba, durou três dias e culminou no veredicto de homicídio duplamente qualificado.
Durante o júri, foram ouvidas 10 testemunhas, incluindo Pâmela Suellen Silva, viúva da vítima, além do próprio réu. O processo, que tramitou por 937 dias, começou em Foz do Iguaçu, cidade onde ocorreu o crime, em 9 de julho de 2022, durante a festa de aniversário de Marcelo Arruda. A comemoração, realizada em uma associação esportiva, tinha como tema o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A transferência do julgamento de Foz do Iguaçu para Curitiba foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) em junho de 2024. A decisão ocorreu após pedido da defesa e do Ministério Público para garantir a imparcialidade do júri.
Guaranho foi condenado a cumprir a pena em regime fechado. Segundo a sentença, o crime foi considerado duplamente qualificado por ter sido praticado por motivo torpe e sem possibilidade de defesa para a vítima.
Marcelo Arruda deixou um legado como servidor público e militante político. Sua morte gerou grande comoção nacional e levantou debates sobre violência política no Brasil.
A condenação de Guaranho é considerada um marco importante no combate à impunidade em crimes motivados por divergências políticas, segundo entidades de direitos humanos e representantes do Partido dos Trabalhadores.
A defesa do ex-policial afirmou que irá recorrer da decisão.
Relembre o Caso
Marcelo Arruda foi morto durante sua festa de 50 anos, em julho de 2022. A celebração, organizada em um clube de Foz do Iguaçu, foi interrompida quando Guaranho entrou armado no local e atirou contra a vítima. Arruda chegou a reagir e disparar contra o agressor, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.
O julgamento do caso foi acompanhado de perto por familiares, amigos e militantes políticos, que pedem justiça e uma reflexão sobre o clima de intolerância que tem marcado o cenário nacional nos últimos anos.