Professoras de escolas e CMEIs de Apucarana que ocupavam cargos de coordenação, direção e assessoramento estão apreensivas com a Instrução Normativa 01 da AME – Autarquia Municipal de Educação. A preocupação decorre do fato de que, segundo a portaria, as aulas nas escolas e creches serão distribuídas prioritariamente entre os professores com “mais tempo na unidade de ensino”.

Segundo o texto da instrução, as professoras que atualmente desempenham funções administrativas só terão direito de retorno à unidade de origem se houver vagas disponíveis, respeitando os critérios de distribuição. Porém, há o receio de que, ao deixarem suas funções, não encontrem mais vagas e acabem incluídas em uma espécie de “leilão”, onde podem perder espaço para profissionais com menos experiência pedagógica.

“Nos dedicamos por anos na Autarquia, fomos chamadas para assessorar e contribuir com a gestão, e agora seremos preteridas por termos colaborado?”, desabafa uma professora com mais de 20 anos de magistério municipal, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

A reportagem apurou que a instrução seria uma medida preparatória para as eleições de diretoras das escolas e CMEIs. De acordo com relatos, o objetivo seria restringir a possibilidade de reeleição das atuais gestoras e coordenadoras. “Se quisermos escolher uma turma em nossa escola de lotação, teremos que fazer isso agora, correndo o risco de não termos opções de turmas disponíveis ao retornar às funções originais”, explica uma professora.

Outro ponto que tem causado indignação entre as profissionais é a ausência de manifestações públicas por parte dos sindicatos representativos da categoria, o que tem ampliado a insegurança sobre o tema.

Até o momento, a AME não se posicionou oficialmente sobre as acusações de que a medida teria caráter retaliatório. Enquanto isso, o clima nas unidades de ensino é de apreensão e incerteza quanto ao futuro das professoras que dedicaram anos de suas carreiras à gestão e apoio pedagógico.