Em uma decisão polêmica, o prefeito de Apucarana, Junior da Femac, efetuou mais uma nomeação para um cargo em comissão a apenas 63 dias do final de seu mandato, apesar da dívida municipal superior a R$ 1,3 bilhão.
A nova nomeação é para o cargo de Assessor de Superintendente de Promoção Artística, Cultural e Turística, com símbolo CC-04, realizada em 23 de outubro e com efeito retroativo a 10 de outubro. A decisão levantou questionamentos entre os cidadãos, que veem a ação como uma possível recompensa política, dado o vínculo do nomeado com a recente campanha eleitoral.
Apesar do clima aparentemente cordial da transição entre a gestão de Junior da Femac e o prefeito eleito Rodolfo Mota, a prática de nomeações de última hora tem gerado críticas sobre a ética e a transparência da administração. Muitos esperam que essas nomeações políticas sejam interrompidas com a posse do novo prefeito em janeiro, visando uma gestão pública mais voltada ao interesse da população do que ao favorecimento de aliados.
Críticas à Gestão e Repercussão Popular
A nomeação faz parte de uma série de designações realizadas em outubro, que têm sido alvo de críticas tanto da população quanto de opositores políticos. A insatisfação se intensifica devido à situação financeira delicada do município, que enfrenta uma dívida de mais de R$ 1,3 bilhão e dificuldades em obter a certidão liberatória do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A folha de pagamento da prefeitura, que já atinge o valor de R$ 22.237.558,02, levanta questionamentos sobre as prioridades da gestão, com muitos apontando que a série de nomeações seria uma estratégia para garantir salários comissionados até o fim do mandato, desconsiderando a crise financeira enfrentada pelo município.
O prefeito Junior da Femac mesmo não sendo declarado inelegível pela Justiça, ele já foi julgado nas urnas pela população e dificilmente retornará à vida pública por meio do voto popular.
Veja o valor da folha de pagamento:
Falta de recursos na saúde pública e insatisfação popular
Além das polêmicas com nomeações, a crise na saúde pública em Apucarana segue crítica. O único hospital da cidade é alvo de constantes queixas. A cidade sofre com a escassez de médicos e medicamentos, enquanto a superlotação da UPA agrava o cenário. Moradores reclamam da demora em exames e cirurgias eletivas, gerando crescente insatisfação. Esse descontentamento com a gestão da alocação de recursos públicos foi um dos principais fatores para a derrota expressiva do grupo político de Junior da Femac nas últimas eleições.
Implicações legais e pressão crescente
A gestão de Júnior da Femac está também sob forte pressão jurídica. O prefeito enfrenta acusações de não cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Ministério Público, que exigia a substituição de cargos comissionados por servidores concursados. O Procurador-Geral de Justiça ainda questiona a constitucionalidade dessas nomeações, colocando mais pressão sobre o atual prefeito. E por último o Ministério Público abriu procedimento para investigar nomeações de cargos comissionados em Apucarana.
O Silêncio do Prefeito
Após 595 dias desde as primeiras denúncias contra sua administração, envolvendo a terceirização de obras do hospital por empresas ligadas ao prefeito e seus familiares, Júnior da Femac continua em silêncio. As acusações variam desde irregularidades em obras públicas até questões sobre sua conduta administrativa. Com apenas 63 dias restantes de mandato, o prefeito enfrenta uma das gestões mais criticadas da história de Apucarana.
Com 61 denúncias já acumuladas, incluindo uma série de problemas administrativos, a gestão de Júnior da Femac está à beira de um colapso. A ausência de respostas e de ações concretas pode selar seu futuro político, consolidando sua imagem como um dos piores gestores da história do município.