Adan Augusto Leonardo Fernandes, eleito na eleição de 6 de outubro, foi nomeado Superintendente de Indústria e Comércio, com símbolo CC-01, a partir do dia 8 de outubro, apenas dois dias após a eleição. Adan já havia ocupado o cargo na mesma pasta anteriormente, embora poucos soubessem que ele fazia parte da administração municipal há muitos anos.

O servidor público tem a responsabilidade de servir à comunidade, garantindo que seus atos estejam sempre a serviço do bem comum. Quando cargos públicos são utilizados para interesses próprios ou para beneficiar aliados, ocorre uma perigosa inversão da função pública, comprometendo a legitimidade das instituições e a confiança da população.

A situação do prefeito Junior da Femac, que já enfrentava forte rejeição, foi amplamente julgada nas urnas. No entanto, as polêmicas continuam a se agravar e o prefeito parece pouco se importar com a opinião pública.

Nomeações e Crise Administrativa em Apucarana

Em meio a uma grave crise financeira que abala Apucarana, o município enfrenta dívidas superiores a R$ 1,3 bilhão e segue sem a certidão liberatória do Tribunal de Contas do Estado (TCE), essencial para firmar convênios e acessar recursos públicos. Apesar dessa delicada situação, as nomeações de cargos comissionados continuam a gerar polêmica e indignação na população.

Na segunda e terça-feira, 7 e 8 de outubro de 2024, novas nomeações foram realizadas, incluindo a do vereador eleito José Airton Deco de Araújo, que ocorreu um dia após as eleições, do vereador eleito Danylo Acioli, Gentil Pereira e agora Adan Lenharo. Críticos veem essas nomeações como uma manobra estratégica para garantir a preservação de salários até o fim do mandato do prefeito Júnior da Femac. E articulação para presidência da Câmara de Apucarana.

A gestão de Júnior da Femac tem sido marcada por uma folha de pagamento elevada, atualmente somando R$ 22.237.558,02. Isso gerou expectativas de uma política de austeridade que, no entanto, não se concretizou. Apucarana, que se destaca como o maior devedor do País em relação à União, esperava medidas econômicas mais rigorosas por parte do prefeito, especialmente diante das dificuldades financeiras e da crise na Saúde Pública. Contudo, a situação parece não melhorar e pode até piorar.

Veja o valor da folha de pagamento:

Falta de recursos na saúde pública e insatisfação popular

Além das polêmicas com nomeações, a crise na saúde pública em Apucarana segue crítica. O único hospital da cidade é alvo de constantes queixas. A cidade sofre com a escassez de médicos e medicamentos, enquanto a superlotação da UPA agrava o cenário. Moradores reclamam da demora em exames e cirurgias eletivas, gerando crescente insatisfação. Esse descontentamento com a gestão da alocação de recursos públicos foi um dos principais fatores para a derrota expressiva do grupo político de Junior da Femac nas últimas eleições.

Implicações legais e pressão crescente

A gestão de Júnior da Femac está também sob forte pressão jurídica. O prefeito enfrenta acusações de não cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Ministério Público, que exigia a substituição de cargos comissionados por servidores concursados. O Procurador-Geral de Justiça ainda questiona a constitucionalidade dessas nomeações, colocando mais pressão sobre o atual prefeito. E por último o Ministério Público abriu procedimento para investigar nomeações de cargos comissionados em Apucarana.

O Silêncio do Prefeito

Após 576 dias desde as primeiras denúncias contra sua administração, envolvendo a terceirização de obras do hospital por empresas ligadas ao prefeito e seus familiares, Júnior da Femac continua em silêncio. As acusações variam desde irregularidades em obras públicas até questões sobre sua conduta administrativa. Com apenas 82 dias restantes de mandato, o prefeito enfrenta uma das gestões mais criticadas da história de Apucarana.

Com 61 denúncias já acumuladas, incluindo uma série de problemas administrativos, a gestão de Júnior da Femac está à beira de um colapso. A ausência de respostas e de ações concretas pode selar seu futuro político, consolidando sua imagem como um dos gestores mais controversos da história do município.

Escândalo de propina: áudio vazado revela esquema de corrupção

Um áudio vazado recentemente trouxe à tona um esquema de corrupção envolvendo o prefeito e empresas concessionárias de serviços públicos, além de empreiteiras contratadas para obras municipais. O áudio, gravado no que já é chamado de “Gabinete da Corrupção”, revela conversas sobre propinas destinadas a financiar campanhas eleitorais. Júnior da Femac menciona empresas de transporte coletivo e discute valores ilegais. A revelação aumenta a pressão por uma investigação formal e intensifica a indignação popular.

Com seu grupo político derrotado, Junior da Femac agora enfrenta perguntas sobre sua falha em fiscalizar as empresas envolvidas. A situação coloca em dúvida o futuro político do prefeito e sua capacidade de lidar com as consequências de sua gestão.

Veja o vídeo:

 

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