Após o Corpo de Bombeiros capturar uma cobra na cidade de Aricanduva, a dúvida sobre se tratava de uma coral verdadeira ou falsa gerou curiosidade entre os moradores. Para esclarecer a situação, o biólogo e repórter selvagem Fernando Felippe do Canal 38, explicou como identificar esses animais e as diferenças entre a cobra coral verdadeira e a falsa.
Segundo Felipe, é extremamente difícil para alguém sem conhecimento especializado distinguir entre uma cobra coral verdadeira e uma falsa. “Muitas pessoas acham que podem diferenciar as corais pela disposição dos anéis coloridos, mas isso não é uma regra confiável no Brasil. O mito de que os anéis vermelhos e pretos indicam uma coral verdadeira, e os vermelhos com brancos indicam uma falsa, não se aplica aqui. Temos corais verdadeiras com padrões de cores variados, inclusive algumas totalmente pretas”, esclareceu.
A cobra capturada pelos bombeiros foi identificada como uma Micrurus corallinus, uma espécie de coral verdadeira. Essas serpentes são peçonhentas e representam risco médico, mas não são agressivas por natureza. “Elas só causam acidentes em situações específicas, como quando alguém as manipula de forma inadequada ou, por exemplo, ao enfiar o pé em um sapato onde a cobra possa estar escondida”, alertou o biólogo.
Felipe também explicou que as cobras corais verdadeiras têm um papel importante no ecossistema, especialmente por serem ofiófagas, ou seja, se alimentam de outras serpentes. “Ela pode predar serpentes como jararacas e cascavéis, que são extremamente perigosas e agressivas, ajudando a controlar essas populações e, assim, protegendo os seres humanos”, destacou.
A captura da serpente foi realizada com tranquilidade pelos bombeiros, e a cobra será encaminhada à UNIFIL, em Londrina, onde receberá os cuidados necessários e será destinada a um habitat adequado. “Agradecemos ao Corpo de Bombeiros pela captura segura e pela oportunidade de identificar esse belo exemplar da nossa fauna”, finalizou Felipe.
O trabalho conjunto entre biólogos e os bombeiros tem sido essencial para proteger tanto as pessoas quanto os animais, garantindo que as serpentes capturadas possam ser devidamente manejadas e encaminhadas para centros de pesquisa ou conservação.