Na última segunda-feira (16), um veículo plotado com propaganda do candidato apoiado pelo prefeito Júnior da Femac foi flagrado no estacionamento do gabinete do chefe do Executivo municipal de Apucarana. O flagrante levanta novas suspeitas de que o prefeito estaria utilizando a estrutura pública para promover sua candidatura preferida, o que pode configurar uma violação das regras eleitorais.
Além desse fato, observadores locais destacam o aumento expressivo de eventos promovidos pela administração municipal, muitos deles com patrocínio público. Tanto o prefeito quanto seu candidato têm marcado presença constante nesses eventos, levantando questionamentos sobre o uso da máquina pública para fins eleitorais. Um dos episódios que mais chamou atenção foi uma reunião na ACEA – Associação Cultural e Esportiva de Apucarana, onde a maioria dos presentes eram servidores comissionados, o que sugere um possível uso político dessas estruturas. Além disso, há relatos de assédio a pais de alunos na Autarquia Municipal de Educação, pressionando-os a votar no candidato a prefeito apoiado pelo prefeito, assim como em vereadores do mesmo grupo político.
Ação do Ministério Público
No dia 13 de setembro, o Ministério Público Eleitoral da 28ª Zona Eleitoral de Apucarana, por meio do promotor Gustavo Marcel Fernandes Marinho, ingressou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o prefeito Júnior da Femac e os candidatos de sua chapa. A ação judicial acusa o prefeito de abuso de poder político, alegando que ele teria utilizado seu cargo para favorecer diretamente seus candidatos na disputa pela prefeitura.
O Ministério Público pede a inelegibilidade dos envolvidos por oito anos, além da cassação de seus mandatos, caso sejam eleitos. A denúncia argumenta que as práticas do prefeito desequilibram o processo eleitoral, prejudicando a paridade de condições entre os candidatos.
Uso Indevido de Recursos Públicos
O uso de veículos e outros recursos públicos em campanhas eleitorais não apenas representa uma violação das regras eleitorais, mas também questiona a transparência da administração. A prática confere uma vantagem injusta a um candidato e desvia recursos que deveriam ser destinados a projetos para a população.
Moradores de Apucarana já expressam descontentamento com a administração, especialmente com relação à saúde pública e à precariedade de serviços essenciais, como o SAMU. Muitos alegam que, enquanto recursos públicos são destinados a eventos políticos, áreas cruciais como saúde e infraestrutura sofrem com a falta de investimento. A administração atual conta com mais de 300 servidores comissionados, e muitos estariam envolvidos diretamente na campanha do candidato apoiado pelo prefeito, evidenciando a mistura de interesses políticos com a máquina pública.
O Que Está em Jogo?
Com as eleições se aproximando, o desfecho dessa investigação pode não apenas determinar o futuro político de Júnior da Femac e de seus aliados, mas também influenciar a confiança dos eleitores no processo eleitoral local. Se as acusações forem confirmadas, as penalidades poderão abalar as estruturas políticas de Apucarana, resultando em graves repercussões tanto no cenário local quanto na gestão pública.
Nos próximos dias, o avanço das investigações será fundamental para esclarecer os fatos e trazer respostas à população de Apucarana, que aguarda por maior transparência e responsabilidade na administração pública.