Um áudio bombástico vazado neste final de semana revelou um esquema de propina envolvendo o prefeito de Apucarana, Sebastião Ferreira Martins Junior, mais conhecido como Júnior da Femac, e empresas concessionárias de serviços públicos municipais, além de contratadas em licitações para obras públicas. Gravada no que já vem sendo chamado de “gabinete da corrupção”, na própria prefeitura de Apucarana, a conversa detalha procedimentos obscuros para arrecadação de fundos com o objetivo de financiar a campanha eleitoral.
No áudio, o prefeito menciona valores expressivos, dizendo: “Cara, isso tem que sair dele. Esse tem que ser R$ 600 mil dele, o que nós falamos, R$ 200 mil do outro?”, evidenciando a divisão dos recursos ilícitos entre diferentes envolvidos. Um dos principais alvos da conversa é a empresa VAL, concessionária de transporte coletivo do município, que, segundo Júnior, estaria enfrentando dificuldades financeiras. “Eles vão precisar mexer no valor de final de ano. Como você vai trazer pra gente? Nós vamos ganhar essa eleição…”.
O áudio também menciona um suposto esquema envolvendo a pavimentação de quase 20 obras na cidade, em que o prefeito admite agir de forma intencional para garantir o fluxo da propina. Em suas palavras: “Estou fazendo de propósito”. A fala revela não apenas a prática de corrupção, mas também a falta de compromisso com a qualidade das obras públicas, que têm sido alvo de constantes críticas pela população e ao Canal 38.
Impacto para a População e Falta de Fiscalização
O áudio sugere que a administração municipal, sob o comando de Júnior da Femac, estaria ignorando os problemas no transporte público oferecido pela VAL, cujo serviço é frequentemente criticado como caro e ineficiente. A relação entre o aumento de tarifas e o esquema de propina afeta diretamente os usuários, que, além de pagar caro, enfrentam a precariedade dos serviços. Esse esquema explicaria a ausência de fiscalização rigorosa da concessionária por parte da prefeitura. A População que depende do transporte público que não tem ponto de ônibus e tomam chuva e sol forte, e ainda sofrem em certos horários com superlotação, se sentem enganados com esse esquema de propina que na verdade está saindo do bolso do povo.
Escândalos Repetidos
Esta não é a primeira vez que o prefeito se vê envolvido em situações comprometedoras. Em ocasiões anteriores, ele já havia sido gravado tentando barrar a criação de uma CPI contra seu líder na Câmara de Apucarana. Veja:
O vereador recentemente acabou sendo condenado pelo juiz José Roberto Silvério, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Apucarana, a mais de 5 anos de prisão por compartilhamento de imagens de pornografia infanto-juvenil (vídeos de crianças fazendo sexo).
Mais recentemente, Junior da Femac foi flagrado participando de uma reunião na ACEA com servidores públicos na maioria comissionados em apoio ao seu candidato à prefeitura, demonstrando o uso inadequado da máquina pública. No dia 13 de setembro, o Ministério Público Eleitoral da 28ª Zona Eleitoral de Apucarana, por meio do promotor Gustavo Marcel Fernandes Marinho, propôs uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o prefeito Júnior da Femac, e os candidatos de sua chapa. Veja:
Com a nova gravação, o cenário se agrava significativamente. O esquema de propina agora associado ao financiamento de campanha eleitoral pode ter consequências ainda mais severas, desde a cassação da chapa eleitoral e até repercussões criminais.
A gravidade do caso reforça a necessidade de uma investigação urgente por parte das autoridades competentes, que devem apurar a fundo as denúncias e responsabilizar os envolvidos, trazendo transparência para a população de Apucarana, que tem o direito de saber como os recursos públicos estão sendo desviados para fins eleitorais, perpetuando a corrupção.
Veja o trecho da conversa sobre a propina do prefeito: