O Secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, ressalta a gravidade da situação e apela por ação imediata no combate ao mosquito Aedes aegypti. O número de casos de Dengue aumenta em uma semana, com o registro de 6 suspeitas de morte em Apucarana.
Segundo Beto Preto, em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (22) na sede da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, afirmou: “Nós acabamos agora uma reunião com a nível central da coordenação de arbovirose do Paraná, na Secretaria do Estado da Saúde, junto com as equipes da 16ª Regional de Saúde de Apucarana e 22ª de Ivaiporã. Temos algumas novidades. Hoje começou a UBV fumacê em Ivaiporã; logo nós devemos ter também o fumacê no município de Lidianópolis. Aqui na 16ª Regional de Saúde, estamos encerrando o 5º ciclo de Apucarana e iniciando já dois ou três dias no município de Borrazópolis, no município de Cambira, encerrados já os trabalhos em Jandaia do Sul. Quero frisar que o trabalho em Apucarana ainda não demonstrou efetividade do fumacê; continuamos com muitos mosquitos alados, e por isso, teremos o 6º e o 7º ciclo que vão ocorrer nos próximos 7 a 10 dias. É importante frisar que nesse momento, além do fumacê, é necessária a remoção mecânica dos focos. Alguma coisa está acontecendo aqui em Apucarana que nós precisamos encontrar os focos nos domicílios, nos terrenos vazios públicos, nas praças. É necessário observar isso; quem faz isso é a equipe Municipal, então nós estamos orientando. Nosso chefe da Regional de Saúde deve ter uma reunião de um grupo de crise nesta terça-feira. Esse grupo de crise vai orientar algumas ações, inclusive a possibilidade de trazer agentes de combate às endemias de outros municípios; uma colaboração que precisamos aumentar o trabalho de remoção e de visitação no município de Apucarana. Isso só é feito através do Sistema Único de Saúde porque esse sistema é uma rede, e quando a gente precisa de um auxílio do vizinho, isso é cabível através da legislação do SUS que é pertinente nesse momento. Estamos no momento crítico, eu volto a insistir em todos os cuidados relativos à necessidade de fazer a remoção mecânica, a retirada de utensílios inservíveis e principalmente um olhar mais caridoso. Estamos com a UPA cheia, com o posto de atendimento cheio, o nosso Hospital da Providência está cheio, e é necessário um olhar mais próximo, mais caridoso com a população que está mais sofrendo aqui em Apucarana. Estamos atentos; a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná está atenta, não só para Apucarana, mas toda a 16ª e 22ª regional de saúde. Também fizemos uma avaliação dos casos ali junto com o nível Central nesta terça-feira. O boletim que será publicado em Curitiba vai apontar aumento número de casos de Dengue de 70% em uma semana. Isso quer dizer que nós estamos ainda na vigência do grosso da epidemia, no momento mais crítico da epidemia, e por isso eu chamo a atenção de todos. Contou com várias equipes diferentes lá de Curitiba, não apenas de arbovirose, mas atenção primária à saúde, urgência emergência, vídeo conferência, treinamento de médicos e enfermeiros têm sido feitos. Mas agora é quando a guerra está em curso. Nós precisamos dos agentes de combate às endemias nas casas dos cidadãos. Veja que o município tem mais de 55 mil domicílios; não é fácil visitar de um dia para o outro, mas também não é impossível se a equipe toda estiver envolvida. Além disso, a remoção precisa ser mais rápida. Tenho chamado a atenção para isso há duas semanas. Estou observando uma remoção muito lenta, marcando este ou aquele bairro. Precisamos de 10 a 15 caminhões trabalhando o dia todo em Apucarana, removendo inservíveis e ajudando as pessoas a tirar qualquer tipo de artefato que possa juntar água. Este é um momento crítico; caso contrário, continuaremos investigando óbitos. Já temos seis investigações em curso de óbitos de apucaranenses por dengue. Eu vou insistir, trabalho com saúde pública aqui em Apucarana desde 1998, sou médico há 30 anos, mas, desde 1998, secretário municipal de saúde pela primeira vez. Nunca vi algo parecido com a dengue aqui em Apucarana. Então, realmente, o trabalho tem que ser realizado com um olhar crítico, no terreno das pessoas, no quintal das pessoas, um olhar também muito crítico em relação aos terrenos baldios, terrenos nas praças públicas, e a questão do lixo também precisa ser muito bem cuidada. Caso contrário, continuaremos com a porta do pronto socorro da UPA cheia, e as Unidades Básicas de Saúde cheias por causa da Dengue em Apucarana. Alertou Beto Preto.