Acusação de estupro era falsa, afirma Delegada Luana Lopes após conclusão do inquérito em Apucarana.

Material coletado mostra que denunciante admitiu relação consensual; polícia descarta vulnerabilidade e apura tentativa de extorsão.

A Delegacia da Mulher de Apucarana esclareceu, nesta terça-feira (02), o caso que ganhou grande repercussão regional após um suposto estrupo estupro cometido por um segurança na cidade de Cambira. A denunciante, que se apresentou à imprensa como “filha de um desembargador de Curitiba”, alegou inicialmente ter sido vítima de estupro de vulnerável.

A Polícia Civil do Paraná (PC-PR), porém, concluiu o inquérito e confirmou que o crime não ocorreu. A investigação apontou que a mulher admitiu que a relação foi consensual, descartando qualquer hipótese de vulnerabilidade. O caso, portanto, deixa de ser tratado como violência sexual e passa a ser investigado como denunciação caluniosa, podendo ainda envolver tentativa de extorsão.


Delegada explica conclusão do caso

Em entrevista coletiva, a delegada da Mulher, Dra. Luana Lopes, afirmou que a denúncia era infundada:

“A acusação feita é infundada. Chegamos à conclusão de que não houve estupro.”

Segundo ela, o inquérito foi finalizado na segunda-feira (01), restando apenas o relatório formal. A delegada ressaltou que, inicialmente, não se manifestou publicamente para preservar a suposta vítima, mas decidiu falar após a própria denunciante acionar a imprensa:

“Por se tratar de um crime de natureza sexual, eu não iria me manifestar. Todavia, a própria vítima deu grande visibilidade ao caso e divulgou que era filha de desembargador. Achamos justo esclarecer, tanto ao investigado quanto à população.”


Material coletado desmentiu versão inicial

De acordo com a delegada, mensagens e áudios enviados pela denunciante ao investigado, ao empregador dele e ao advogado revelaram contradições:

“Ela afirma nessas conversas que não foi estuprada. Mais do que isso: propôs acordos, sugerindo que, se o rapaz pagasse um curso de vigilante, retiraria a denúncia. Isso pode configurar tentativa de extorsão.”

A PC-PR também constatou inconsistências no relato. A mulher já havia se envolvido em outro episódio de repercussão em Cambira, relacionado a uma suposta bomba, o que levantou dúvidas sobre suas narrativas:

“Ela se contradizia. Aquilo não é normal.”


Polícia descarta vulnerabilidade

A investigação também afastou a possibilidade de estupro de vulnerável. Embora a mulher tenha ingerido bebida alcoólica, laudos e depoimentos confirmaram que ela tinha condições de locomover-se e agir por conta própria:

“Ela não estava inconsciente. Para caracterizar vulnerabilidade, a pessoa precisa estar incapaz de reagir, o que não ocorreu.”

Em conversas analisadas pela Polícia Civil, a própria denunciante afirmou que o ato sexual foi consensual e que mantinha um relacionamento com o investigado:

“Ela disse que tiveram um relacionamento amoroso. Disse que bebeu voluntariamente e que foram comprar bebida juntos.”


Suposta gravidez não foi comprovada

Questionada sobre a possível gravidez mencionada pela denunciante, a delegada informou:

“Ela disse estar grávida, mas não apresentou nenhum exame. Solicitamos a documentação, e até o momento ela não entregou.”


Investigada por denunciação caluniosa

Com a conclusão das análises, a mulher deixa a condição de vítima e passa a ser oficialmente investigada:

“Vamos instaurar procedimento por denunciação caluniosa.”

A delegada também apontou uma possível motivação para a falsa acusação. Segundo informações do investigado, ambos mantinham um relacionamento:

“Acreditamos que a denúncia tenha sido motivada pelo término do relacionamento. Ele pretendia voltar com a ex-esposa.”

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