O Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, deflagrou nesta terça-feira (2) a Operação Diarquia, cumprindo sete mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal com o objetivo de desarticular a cúpula de uma organização criminosa responsável pela exploração do jogo do bicho e pela lavagem de capitais em Arapongas.

Os mandados, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Arapongas, foram cumpridos em Arapongas e em Florianópolis (SC), tendo como alvos o suposto líder do esquema, seus familiares e pessoas utilizadas como “laranjas” para ocultar patrimônio obtido ilegalmente.

As investigações são um desdobramento de apurações anteriores sobre a exploração do jogo do bicho no município, inicialmente ligadas ao ex-presidente da Câmara de Vereadores de Arapongas Osvaldo Alves dos Santos. A análise de dispositivos eletrônicos apreendidos revelou a existência do sócio oculto, Paulo Liberatti apontado como o verdadeiro líder e responsável pelo controle financeiro da banca.

Segundo o Gaeco, o grupo criminoso mantinha uma estrutura empresarial de “plantões”, com revezamento mensal entre os administradores, que arcavam com custos e dividiam os lucros. Planilhas e conversas localizadas apontam que o esquema operava ao menos 257 pontos de aposta, com arrecadação capaz de gerar lucro anual estimado em R$ 8 milhões.

Lavagem de dinheiro

Para dar aparência lícita aos valores movimentados, o líder da organização criou uma rede de empresas de fachada, uma holding familiar e utilizou filhos e esposa como interpostas pessoas, buscando dificultar o rastreamento dos recursos.

Relatórios técnicos do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) do Ministério Público identificaram incompatibilidades milionárias entre os rendimentos declarados e a movimentação financeira dos investigados, ultrapassando R$ 1,2 milhão em determinado período.

O patrimônio levantado inclui imóveis de alto padrão, terrenos em condomínios fechados, apartamentos no litoral de Santa Catarina e até duas aeronaves de pequeno porte, todas vinculadas ao principal investigado.

O Judiciário também determinou o sequestro de imóveis, aeronaves e outros bens, visando assegurar o perdimento de valores obtidos com a atividade criminosa.

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