A partir deste domingo (23), entram em vigor novas regras do Banco Central que reforçam a segurança do PIX e ampliam as chances de recuperação de valores desviados em fraudes, golpes ou situações de coerção. As mudanças tornam o rastreamento do dinheiro mais eficiente e permitem que a devolução ocorra mesmo depois de os golpistas transferirem os recursos para outras contas.
Até então, o mecanismo de devolução só funcionava se o valor ainda estivesse na conta usada pelo fraudador. No entanto, como criminosos costumam movimentar rapidamente o dinheiro para dificultar o rastreio, muitas vítimas acabavam sem possibilidade de reaver o que perderam.
Com o novo sistema — que é opcional até 2 de fevereiro, quando passa a ser obrigatório para todas as instituições financeiras — o caminho do dinheiro desviado passa a ser acompanhado de forma mais precisa. Assim, a devolução poderá ocorrer em até 11 dias após a contestação, mesmo que o valor tenha sido repassado a outras contas.
A expectativa é que as novas regras aumentem a identificação de contas usadas em práticas criminosas, facilitem a recuperação dos valores e reduzam a recorrência de fraudes, já que contas suspeitas poderão ser monitoradas e bloqueadas com maior agilidade.
Autoatendimento obrigatório nos aplicativos
Desde 1º de outubro, todos os bancos e instituições financeiras passaram a oferecer, diretamente na área do PIX dos aplicativos, uma ferramenta de contestação automática. Por esse canal, o usuário pode solicitar a devolução de uma transação suspeita sem necessidade de atendimento humano.
O recurso permite maior rapidez na abertura do processo e aumenta as chances de o dinheiro ainda estar disponível em alguma das contas envolvidas, facilitando a recuperação para a vítima e agilizando a atuação das instituições financeiras.