Município enfrenta infestação do animal peçonhento e população cobra providências após nova morte infantil. A situação preocupa também cidades vizinhas, como Jacarezinho, onde há cerca de dois meses uma criança também morreu vítima de picada de escorpião. Com três mortes infantis em menos de um semestre na região, moradores exigem ações efetivas de combate, prevenção e estruturação da rede de saúde.
Uma nova tragédia voltou a abalar o município de Cambará, no Norte Pioneiro do Paraná. O menino Thaygo Henrique Bara Milani, de apenas 12 anos, morreu nesta segunda-feira (13) após ser picado por um escorpião enquanto brincava em frente de casa durante uma comemoração do Dia das Crianças, no domingo (12), por volta das 17 horas.
Segundo informações, Thaygo foi levado ao pronto-socorro municipal, que novamente não contava com doses do soro antiescorpiônico, essencial para o tratamento. Diante da gravidade, a Unidade de Suporte Avançado (USA) do SAMU de Jacarezinho foi acionada e levou o medicamento da cidade vizinha. O soro foi aplicado ainda na ambulância, durante a transferência do garoto para Londrina, onde ele permaneceu internado.
Mesmo com os esforços das equipes médicas, o quadro de saúde do menino se agravou rapidamente. Thaygo precisou ser intubado e sofreu várias paradas cardiorrespiratórias, vindo a óbito no final da tarde desta segunda-feira.
A morte do garoto gerou comoção e revolta entre os moradores de Cambará. É a segunda criança que perde a vida na cidade em menos de três meses vítima de picada de escorpião — o primeiro caso foi o de Bernardo, também uma criança, que morreu em circunstâncias semelhantes.
Moradores denunciam que Cambará enfrenta uma infestação de escorpiões, inclusive de espécies consideradas altamente venenosas. Apesar dos alertas e da morte anterior, o município ainda não dispõe de soro antiescorpiônico no pronto-atendimento, o que revolta a população.
“Será que Thaygo teria sobrevivido se o soro estivesse disponível na cidade?”, questionam familiares e vizinhos, indignados com o que classificam como descanso e omissão do poder público.
A tragédia reacende o debate sobre a necessidade de ações imediatas de combate e prevenção, como a intensificação da dedetização, campanhas educativas e o reforço da estrutura hospitalar local.
A situação preocupa também cidades vizinhas, como Jacarezinho, onde há cerca de dois meses outra criança também morreu após ser picada por um escorpião, no bairro Marques dos Reis.