Prefeitura avalia contratar segurança privada e convoca diálogo com sindicatos para enfrentar problema.

A Prefeitura de Arapongas está em alerta com o elevado número de atestados médicos emitidos na rede pública de saúde. De 1º de janeiro a 30 de julho de 2025, aproximadamente 34 mil atestados foram registrados, sendo 23 mil apenas nos Pronto Atendimentos 18h e 24h e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Os dados foram apresentados durante uma reunião realizada na noite de quinta-feira (31), com a presença do prefeito Rafael Cita, do secretário municipal de Saúde, Carlos Eduardo Arruda, do superintendente médico Fernando Marques e de cerca de 35 médicos da rede pública.

Durante o encontro, autoridades reconheceram que o número elevado de atestados pode estar relacionado a abusos por parte de pacientes. “Nunca nos negaremos a conceder atestado a quem realmente precisa, mas não podemos ignorar que há exageros e até ameaças aos médicos”, afirmou o prefeito Rafael Cita. Segundo ele, há relatos de pressão por parte de pacientes para a emissão de atestados e, em alguns casos, acompanhantes chegam a exigir dispensa do trabalho após permanecer poucas horas nas unidades.

Diante do cenário, a Prefeitura avalia contratar uma empresa terceirizada de segurança para reforçar a proteção nas unidades de pronto atendimento. Além disso, o superintendente Fernando Marques recomendou que os atestados sejam emitidos exclusivamente via sistema eletrônico da Prefeitura, evitando documentos manuais, que são mais suscetíveis a falsificações.

O secretário Carlos Eduardo Arruda enfatizou que a decisão de conceder ou não o atestado cabe exclusivamente ao profissional de saúde. “Nem eu, nem o prefeito, nem o superintendente vamos interferir no ato médico. Mas é essencial que os atestados reflitam a real necessidade do paciente”, disse. Ele alertou que o uso indevido desse recurso sobrecarrega o sistema de saúde e prejudica os pacientes que realmente necessitam de atendimento.

Como medida adicional, a gestão municipal pretende se reunir com sindicatos patronais e representantes dos trabalhadores da indústria e comércio para discutir soluções conjuntas. “Esse é um problema que afeta todos os setores da sociedade”, afirmou Arruda.

Além do tema dos atestados, a reunião também tratou do fluxo de encaminhamentos de pacientes ao Hospital Norte Paranaense (Honpar) e à Santa Casa via Samu, além de treinamentos internos com servidores da Saúde para melhoria dos processos administrativos.

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