Mesmo com histórico criminal grave e ainda sob os efeitos de uma pena de 23 anos, o educador voltou às salas de aula via PSS em abril deste ano — mesmo após um caso de acusação de assédio em um colégio de Arapongas no ano passado. O caso expõe falhas na checagem de antecedentes e gera indignação na comunidade escolar.

Um professor contratado pelo regime PSS (Processo Seletivo Simplificado) da rede estadual do Paraná tem causado indignação entre pais, alunos e educadores de Arapongas e região. O caso veio à tona após a divulgação de um vídeo em que o educador agride brutalmente o próprio filho, um adolescente com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A denúncia fez emergir um histórico ainda mais grave: o professor tem 26 processos judiciais, sendo 25 no estado de São Paulo — incluindo uma condenação por latrocínio — e um em Arapongas, por assédio sexual em ambiente escolar.

Histórico de Crimes e Recontratação

A equipe do Canal 38 apurou que o professor foi condenado a 23 anos, 3 meses e 4 dias de prisão por latrocínio, roubo seguido de morte, com pena iniciada em 2007. Parte da pena foi cumprida em regime fechado na Penitenciária de Flórida Paulista (SP), e a previsão de término é em 2031 — o que significa que o docente ainda cumpre pena em regime aberto.

Mesmo assim, ele foi recontratado pela rede estadual em abril de 2025, após participar de novo processo seletivo via PSS no final de 2024. Segundo o chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Apucarana, Vladimir Barbosa, o sistema de admissão do Estado do Paraná não verifica antecedentes de outros estados, e como não havia condenações registradas no Paraná, a contratação foi autorizada.

“Ele apresentou toda a documentação exigida. Como a maioria dos processos é de São Paulo, e não havia registros criminais aqui, a contratação não pôde ser barrada”, afirmou Barbosa.

Ainda segundo o NRE, o professor já havia sido denunciado em 2024 por assédio a uma professora em uma escola de Arapongas. Na ocasião, o próprio educador pediu o desligamento da rede estadual, e o processo foi arquivado.

Agressão Contra Filho Autista

A situação atingiu um novo nível de gravidade com a divulgação de um vídeo que mostra o professor agredindo violentamente o próprio filho autista, após o garoto se recusar a lavar louça. O adolescente aparece completamente indefeso, sendo alvo de tapas, socos e chutes. A cena foi filmada por outra criança presente na residência e encaminhada à mãe da vítima, que imediatamente procurou a polícia.

A Delegacia da Mulher de Arapongas assumiu a investigação. Após escuta especializada e análise das imagens, o professor foi indiciado por maus-tratos majorados, conforme o artigo 136, §3º do Código Penal. A criança foi encaminhada para atendimento psicológico e medidas protetivas.

Omissão e Revolta

A permanência do educador em atividade levanta sérias suspeitas de negligência administrativa, falhas de gestão ou até possível favorecimento institucional. Pais e responsáveis cobram medidas urgentes.

“Se ele é capaz de espancar o próprio filho, o que pode fazer com um aluno dentro da sala de aula?”, questionou o pai de um estudante. A equipe do Canal 38 continua acompanhando o caso.

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