A 16ª Regional de Saúde de Apucarana lançou nesta segunda-feira, 22, no Auditório Araucárias, a campanha “Setembro Amarelo”. A iniciativa tem como objetivo conscientizar sobre a prevenção do suicídio, estimular o diálogo e promover uma mobilização coletiva para reduzir os casos desse tipo de ocorrência. No Brasil, são registrados cerca de 14 mil casos de suicídio por ano, sendo uma das principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
O público-alvo da campanha inclui professores, educadores, diretores de escolas, profissionais de saúde mental, lideranças comunitárias e membros do Conselho Tutelar. O evento contou com palestrantes especializados que abordaram o sofrimento mental entre adolescentes e estratégias de prevenção.
O chefe da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, destacou a importância do trabalho em rede
“Na verdade hoje nós estamos lançando a campanha de conscientização à prevenção do suicídio, mas o mais importante é que a gente, enquanto rede de saúde, todos organizados, todos de maneira homogênea, nós possamos trabalhar políticas públicas para que não chegue a consequência que é o suicídio. Então nós temos uma rede inteira de atenção à saúde mental, nós criamos agora, é novo aqui na Regional de Saúde, um fluxo de como que essa pessoa tem a porta aberta no sistema, tanto na urgência e na emergência, quanto na atenção primária. Mas eu já de antemão e falei, não adianta a gente colocar o lacinho amarelo no peito, não adianta a gente fazer campanha, reunir as pessoas, se de fato nós não fizermos o dever de casa. Isso começa lá na UBS, na estratificação de risco, baixo intermediário e alto risco. Também, se a UBS não puder identificar isso, que tem que identificar a UBS, tem que fazer esse trabalho para depois ver se essa pessoa precisa continuar o tratamento no ambulatório, no CAPS, ou se essa pessoa precisa de internamento.
A maioria dos casos de suicídio é porque não tem tratamento ou porque a pessoa não busca tratamento. Então, eu vejo que sobram vagas, por exemplo, no ambulatório de psiquiatria, tanto do hospital regional, que é ofertado aqui pela 16ª, quanto pelo Qualicis que é um programa do governo do estado da Secretaria do Estado de Saúde. Eu sempre digo que talvez não é dinheiro que falte na saúde, mas sim gestão, porque sabendo que tem vaga, sabendo que existe pessoa precisando, preciso preencher essas vagas, entender o problema.
Infelizmente isso, eu digo sem sombra de dúvida, se a gente não quebrar esse tabu, se a gente não falar desse assunto, daqui a pouco a saúde mental vai entrar em colapso e os problemas serão muito maiores. Então, nós estamos fazendo esse trabalho aqui na regional, não é de hoje, trabalhando, incentivando os nossos profissionais de saúde mental a elaborarem trabalhos com os municípios, mas nós precisamos também que isso seja colocado em prática dentro dos municípios. Chamamos palestrantes pessoas que conhecem da área para poderem dar a sua opinião, poderem colocar aí o seu ponto de vista científico também, para que possam contribuir nessa questão de saúde mental, prevenção do suicídio. Hoje, dia 22 de setembro, é o dia da juventude. Nós precisamos cuidar dos nossos jovens. Hoje a tecnologia é, por um lado, muito benéfica para a nossa população, mas hoje nós vemos muitos jovens que têm transtornos psiquiátricos por conta, por exemplo, dessa questão de jogos online, enfim.
Coisa que a saúde mental precisa evoluir, contribuir, se modernizar também para esses novos casos de transtornos em relação à saúde mental. Então é bom sempre estudar, estar sempre preparado, porque é conforme o dia a dia, a modernidade, que nós vemos os casos aparecerem e nosso pessoal precisa estar preparado.”
A psicóloga e coordenadora de saúde mental, Juliana Lenartovicz, ressaltou a relevância do tema
“Esse para nós é um evento muito importante hoje. Porque sim, nós temos dados epidemiológicos que o número de suicídios vem tendo um aumento realmente e são inúmeros fatores. Aqui na 16ª Regional de Saúde do Paraná, nós temos um projeto que durante o ano todo os coordenadores de cada município devem fazer um plano de ação. Nesse plano de ação devem conter ações mensais de valorização da vida e prevenção do suicídio. Dada a importância desse tema e considerando que antes havia um grande tabu sobre ele, que fazia com que não se falasse a respeito, agora estamos trazendo essa discussão para a nossa realidade.
Muito importante falar porque as questões de saúde mental elas estão presentes na saúde, na educação, no trabalho, nas igrejas. Isso, agora a gente sabe que o preconceito diminuiu bastante, então todo mundo pode falar sobre o seu sofrimento, sobre as suas dores, e nós entendemos que saúde mental não se faz no consultório. A saúde mental está em todos os lugares. A gente tem que desvincular tratamento, medicamento, consulta e pensar na qualidade de vida, pensar em proporcionar para a população políticas públicas que possam acolher essa pessoa para ela ter uma boa qualidade de vida, desenvolver suas atividades e assim ir construindo de uma forma positiva a sua saúde mental. E só em momentos de mais sofrimento, que ela tiver uma perda ou algo que comprometer a sustentação afetiva dela, que ela precise daí sim procurar atendimento, tratamento ou até mesmo uso de medicações.”
A campanha “Setembro Amarelo” segue com atividades durante todo o mês, buscando mobilizar a comunidade, fortalecer a rede de atenção à saúde mental e reduzir os índices de suicídio na região.
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